Ana de Hollanda não acreditava que seria ministra

Ana de Hollanda não acreditava que seria ministra da Cultura. Há dois dias, em e-mail que me enviou, ponderou que tinha sido “sondada”, mas não “convidada”. O convite, feito na tarde de segunda-feira (20), premia uma das melhores pessoas desse Brasil.
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Talvez por ser a caçula, Ana de Hollanda era a filha favorita de Sérgio Buarque de Hollanda. O historiador renomado era um incorrigível brincalhão. Gostava de chocar seus convidados, oferecendo cigarros a Ana, então com 12 anos, que participava da cena dando suas baforadas. Depois, nunca mais fumou.

Assim como os outros irmãos, foi habitué, desde o berço, da biblioteca do pai, o que por si só já a credencia a ser ministra da Cultura do próximo governo. Eu a conheci de perto em 1989, quando ela frequentava o Rodeio, onde era invariavelmente cantada por Tarso de Castro, amigo íntimo de seu irmão famoso. Ela era uma das suas “obsessões”. Ana militava no Partidão de São Paulo, ao lado de Roberto Freire.

Qualidades não lhe faltam. É profundamente ética. Jamais, mas jamais mesmo usou o nome do irmão para qualquer coisa. Jamais. Aliás, uma das grandes injustiças que já vejo em alguns sites é chamá-la de “irmã de Chico Buarque”. Claro que ela é irmã, mas é sobretudo uma pessoa com ideias próprias, muito culta, honesta sob todos os pontos de vista, ideologicamente definida, profunda amante da cultura brasileira, e tem mais: dona de um sorriso que certamente vai abalar Brasília.

Deu Chico Buarque novamente

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