Artur Ávila já conquistou 13 prêmios de matemática pelo mundo

Foto: Reprodução do Facebook
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O matemático carioca Artur Ávila, de 35 anos, foi premiado na noite desta terça-feira (12), em Seul, na Coreia do Sul com a Medalha Fields, considerada o “prêmio Nobel da matemática”, que é entregue a cada quatro anos pela União Internacional de Matemática (IMU, na sigla em inglês). Ele é o primeiro brasileiro e latino-americano a vencer a disputa, que acontece desde 1936 e já destacou 52 matemáticos desde que foi criado.

Segundo a instituição, Ávila venceu o prêmio por suas “profundas contribuições na teoria dos sistemas dinâmicos unidimensionais, provando também resultados decisivos que estavam em aberto por um longo tempo” e que “a combinação do poder analítico e a sua intuição sobre sistemas dinâmicos vai fazer com que ele permaneça durante muito tempo entre os líderes do conhecimento matemático mundial”. Leia a nota (em inglês) do IMU sobre Artur Ávila clicando aqui. Além do brasileiro, outros quatro participantes conseguiram a medalha: o canadense Manjul Bhargava, da Universidade de Princeton (EUA), o austríaco Martin Hairer, da Universidade de Warwick (Inglaterra) e a iraniana Maryam Mirzakhani, da Universidade de Stanford (EUA), que fez história ao ser a primeira mulher a ganhar a medalha.

“No caso do Brasil, imagino que essa conquista tenha uma importância particular, já que demonstra, de maneira clara, que temos condições de fazer ciência do mais alto nível”, disse Ávila, segundo o portal G1.

Nesta quarta-feira (13), os presidentes Dilma Rousseff, do Brasil, e François Hollande, da França, parabenizaram Artur pelo feito. “O reconhecimento mundial do trabalho de Avila enche de orgulho a ciência brasileira e todo o Brasil”, escreveu Dilma em seu perfil no Twitter. Já Hollande preferiu lembrar que, apesar de brasileiro, o matemático tem cidadania francesa. “Felicito calorosamente Artur Ávila, que acaba de ser agraciado com a Medalha Fields, o maior prêmio na área de matemática. Isso confirma o papel do francês na matemática mundial”, disse, em comunicado.

Artur Ávila tem 35 anos e é pesquisador do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, do Rio de Janeiro e do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), em Paris, na França. Ele passa seis meses do ano em cada uma das instituições. Artur também é, desde 2013, membro da Academia Brasileira de Ciências. Segundo sua página no CNRS, o brasileiro já ganhou 13 condecorações de matemática pelo mundo (entre eles o prêmio Michael Brin, um dos principais prêmios de ciências dos Estados Unidos), participou de 70 eventos do setor, visitou sete universidades, sendo seis delas nos Estados Unidos e uma no Canadá e já publicou 74 teses sobre o assunto. Com 19 anos, Ávila trabalhava em sua tese de doutorado na teoria de sistemas dinâmicos, concluída em 2001, quando partiu para um pós-doutorado na França. De 2003 a 2008, teve uma posição permanente no Centro Nacional de Pesquisa Científica, em Paris, e em 2008, tornou-se o mais jovem matemático promovido a diretor de pesquisa daquela instituição. Os principais trabalhos científicos dele estão relacionados à teoria de renormalização, que desempenhou um papel fundamental na física de partículas e deu a Richard Feynman o Nobel de Física de 1965, e em física estatística, área em que Kenneth Wilson foi contemplado com o Nobel de 1982.

A próxima edição do IMC, coincidentemente, será no Brasil, também de forma inédita. A medida havia sido anunciada em janeiro pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp. “O governo brasileiro tem compromisso em apoiar esse encontro. Muitos outros congressos internacionais vêm para cá nos próximos anos e isso é muito bom para a ciência no país. Como cientista e matemático, eu quero estar lá”, disse à época.


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