O BOM E VELHO PERIQUITA Se existe um clássico que me acompanha desde os tempos em que era totalmente leiga em relação a vinhos, é o português Periquita. Considerada uma das marcas de vinhos mais antiga de Portugal, é também uma das mais vendidas no mundo. Produzido pelas castas autóctones (ou seja, nativas) portuguesas Castelão, Trincadeira e Aragonês, esse tinto bastante frutado – com notas de morango, groselha e cassis – possui uma boca maciae de taninos delicados. Feito em uma região chamada Península de Setúbal, esse vinho de apelo moderno é bastante versátil para harmonização e pode ser encontrado facilmente no mercado. |
FUERZA, CABRÓN!
Existe uma antiga lenda no México que conta o significado daquele verme (o gusano, uma larva de borboleta) no fundo das garrafas de mezcal. Segundo essa lenda, o cabrón(macho, em português) que ingerir o verme no final da garrafa terá uma dose extra de valentia. O mezcal é uma bebida alcoólica destilada, assim como a tequila, feito a partir da suma de uma planta chamada Agave. De maneira simplificada, o que difere o mezcal da tequila é a demarcação territorial necessária para a produção da tequila, coisa que não acontece com o mezcal, além das etapas de destilação, já que para o mezcal só é necessária uma única destilação; para a tequila, são exigidas duas ou três. A palavra mezcal é derivada da língua náhuatle significa maguey cozido, já que é destilado a partir da planta fermentada. De aromas que lembram fumaça e defumação, o mezcal apresenta uma sensação de calor na boca similar à da tequila, porém com mais rusticidade e com uma força mais acentuada. Nos tempos antigos, o povo mexicano usava o fermentado do Agave como remédio ou para produzir pães e ensopados. De suas fibras, produziam cordas e tecidos e, dos “dentes” das folhas, agulhas e pregos. |
*Gabriela Monteleone é graduada em Gastronomia, com especialização em Enogastronomia, e maître-sommelier do restaurante Gero, em São Paulo.
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