A Deusa
A Deusa

Comprar disco hoje em dia é um hábito de gente velha. Eu sou uma dessas pessoas que, por ter comprado muitos long plays, daqueles pretos e grandes, fico impressionado em ver como até mesmo os CDs estão acabando. As grandes lojas do mundo acabaram – a Virgin fechou suas Mega Stores de Nova York e Londres, e agora só as lojas mais especializadas sobrevivem. Aqui mesmo, em São Paulo, os DVDs estão ganhando as prateleiras e os CDs já perdem, em espaço, para a cafeteira das lojas. Sinal dos tempos. Em meio a isso, li – e recomendo – a bela entrevista de Maria Bethânia na Folha de S. Paulo desta quinta. Bethânia, com uma tranquilidade maravilhosa, sem dramas, confessa que é velha. Deve ter lá seus sessenta e muitos, eu só tenho 43. Ela está lançando não um, mas dois CDs, com músicas novas, e tem feito assim nos últimos anos, lança CDs aos pares. Sabe que é coisa antiga, mas também sabe que as músicas ficarão neste universo que é a net, e em breve estarão disponíveis pelas chamadas “novas mídias”, canal por onde toda a música dos dias de hoje circula. Fiquei impressionado ao ler que ela não tem dinheiro, salvo o necessário para viver. Um mito da música popular brasileira poderia estar milionária, como eu imagino que o irmão, Caetano, esteja, mas diz que não. Enfim, mereceu a página inteira que a Folha lhe deu, e eu, como também seu vasto fã clube, espero a chegada dos discos às lojas, amanhã (dia 2). Não ouvi, mas de antemão recomendo, pois ela nunca pisou na bola, e tem belíssima voz. Bethânia, em seguida, sai em turnê, e estendo a recomendação, pois seus shows jamais sairão de moda, são emocionantes.


Comments

12 respostas para “Bethânia”

  1. Bethânia é um presente de todos os orixás, uma conspiração entre o céu e a terra. Tudo o que se disser a respeito dela é redundante, e, ainda assim, pouco. Uma artista de grandeza infinita.
    Lourenço, descobri seu blog há pouco tempo, mas já estou curtindo.
    Abraços!

  2. OLá
    Só quero comentar que eu adoro seu blog. Sempre eu o leio (tem até um link nos meus favoritos)
    Escrevo um blog também, mas nada tão interessante e cheio de conteudo como o seu… mas é a minha maneira de expor minha opinião!”
    Um super abraço e sucesso!!!

    1. Fernando Carlos Andrade,
      sejas sempre bem vindo. Saibas que este blog é seu também, e mande-me o seu link. Considero todos à minha volta interessantes, sempre, e estou certo de que tens razões para se orgulhar de seu conteúdo. Espero teu link.
      Com meu abraço,
      Lourenço

  3. Maria Bethânia é única.

    Vou compartilhar com vocês um dos “meus” tesouros: a música ‘O Que Tinha de Ser’ do álbum ‘Que Falta Você me Faz’.

    A música é absolutamente bela. Quem não ouviu, vale muito a pena. 🙂

    A única versão que eu achei no Youtube ( http://www.youtube.com/watch?v=y3BvM2S-yT8 )não é tão boa quanto a do álbum, mas para quem é fã e gosta de ter o CD, fica a dica.

    Beijinhos a todos 🙂

    PS: difícil escolher a melhor (considerando a original e não a ao vivo), mas aqui a da Elis – http://www.youtube.com/watch?v=Q5W5PZ2NUd0

    1. Iasmim minha QUE-RI-DA,
      Tenho sido negligente contigol, e me desculpo. Meu trabalho me deixa pouco tempo para ser eu mesmo, mas fico sempre imensamente feliz em ver as carinhas amarelas por aqui. Venhas sempre.
      Abraço carinhoso do Lourenço

  4. Quando acordo meio assim…coloco sempre logo Bethania: “…a arte de sorrir, cada vez que o mundo diz nao…”.

    Fiquei aqui pensando…será que ela tá assim mesmo só com o suficiente para se sustentar? É tao absurdo que nao parece verdade. Mas acho que é isso mesmo, os artistas têm que se reciclar e encontrar novas fontes de renda…e com isso os precos dos shows vao duplicando, triplicando…que é de onde eles deve tirar a maior receita.

    Viva Bethania. Ela mereceria duas páginas!

    Abracao Lourenco.

    1. Rafael, meu Caro Amigo. Leio teus comentários e só tento estar á tua altura. Pensando em ti, há pouco, lembrei-me daquele anjo que fica no topo de uma coluna e, salvo engano, é considerado um símbolo de Berlin. Aquele do filme de Win Wenders. Não sei como se chama em alemão, mas saibas que, como não te conheço pessoalmente, é com aquele formato que te vejo.
      Vejo-te assim, e está acabado! Aliás, tens nome de arcanjo – tu tens nome de arcanjo, não eu. Ao escrever este comentário, vejo-te pousado ao meu lado ruminando teus pensamentos.
      Aos fidalgos, didalguia; aos amigos, o coração.
      Abraço do Lourenço

  5. Olá Lourenço,

    Aprovadíssimo o post!

    Aprendi a gostar da Maria Bethânia por influência de uma amiga daqui de BH, pois quando éramos vizinhos de andar, ela ouvia no último tom… No início eu xingava e ela ria, até que um dia eu resolvi ouvi, porém sozinho, com calma.

    Que voz inigualável, maravilhosa. São aqueles tipos de vozes que marcam e ao menor sinal do timbre, já a reconhecemos.

    Em tempos de pop, rock, funk e afins, sempre é bom termos algo refinido para ouvir e também reciclar (não sou contra os outros estilos, deixo claro…).

    Maricotinha
    “Se fizer bom tempo amanhã
    Eu vou
    Mas se por exemplo chover
    Não vou
    Diga a Maricotinha que eu
    Mandei dizer que eu
    Não tô
    Não tô… não vou
    Se fizer bom tempo amanhã
    Eu vou
    Mas se por exemplo chover
    Não vou
    Uma chuvinha, redinha, cotinha
    Aí… piorou
    Nem tô… nem vou
    Se fizer bom tempo…”
    http://www.youtube.com/watch?v=5u6dEi7J7Is&feature=related
    A-D-O-R-O!

  6. Meu caro, falando em antiga, “platéia” perdeu o acento, não é? A nova ortografia… Beijas.

    1. Baronesa,
      Moderna é a ortografia, não eu.
      Abraço respeitoso,
      Lourenço

  7. Meu caro, também sou das antigas, guardo para sempre um LP autografado por Elis.
    Mas o CD tem seus encantos. Gosto da capa, do encarte com as fotos e as letras, dos créditos. Aqui devo mencionar o fofíssimo Gringo Cardia, rei dos encartes, entre outras artes. E a Deusa é a Deusa, onde ela for eu vou.
    Agora, quando ela revela que não tem dinheiro, salvo o necessário para viver, precisaríamos saber como ela vive…
    Enfim, tenho todos os seus discos, que recentemente foram relançados, graças a Deus. E lá estarei, na platéia, pronta para desmaiar quando ela disser “obrigada, senhores”. Para mim, imperdível. Beijas.

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