Carnaval deixa tudo para depois

A partir de hoje, não tem jeito: todos os outros assuntos vão ter que esperar até a Quarta-Feira de Cinzas para ganhar alguma atenção dos leitores.

Por todo o país, o movimento já é grande nas estradas em direção ao Carnaval, que abre hoje à noite em São Paulo, com o desfile das principais escolas no Sambódromo do Anhembi.

Sempre foi assim, sei que não estou contando nenhuma grande novidade. Já nos habituamos a dizer que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval.

Com crise ou sem crise, planos e projetos pessoais ou empresariais, tudo fica congelado até sairem os últimos blocos em Salvador e Olinda, fechando os quatro dias de Carnaval, que já viraram seis, ou seja, desta sexta até a próxima quarta-feira.

Todas as notícias enguiçadas, da precoce campanha sucessória ao drama da moça brasileira na Suiça, das tramas jurídicas às legislativas, dos índices de desemprego à estréia de Ronaldo no Coríntianas, vão ficar paradas na oficina esperando a volta dos mecânicos e da freguesia.

Como faz muito tempo que deixei de ser um folião, e do Carnaval só quero distância e sossego, não terei novidades a contar para vocês sobre o único assunto que vai dominar o noticiário nestes dias, a não ser que aconteça alguma imensa tragédia, claro.

Assim, para o bem de todos, vou dar um descanso para o meu computador, enquanto o Brasil cai na folia, que ninguém é de ferro. Volto ao Balaio na terça-feira, ou a qualquer momento em edição extraordinária, caso os fatos me obrigarem a isso, o que espero não ser necessário.

Amanhã, sábado, assim que terminar de fazer uma entrevista, para a revista Brasileiros, com o médico paulistano que, por sua conta e risco, dá assistência á população carente da região da Juréia, no litoral sul, pego o carro, que quase não uso, e vou-me embora.

Vou para Porangaba, onde não sou amigo do rei, que lá não tem, mas me sinto como se fosse o dono do mundo, ou melhor do tempo, que é o bem maior a conquistar a esta altura da vida.

Bom Carnaval para todos.


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