Esta terça-feira (1º de dezembro) é um dia azedo para a comunidade gay mundo afora. Primeiro de dezembro é o Dia Mundial da Luta Contra a Aids. Pena que, no Brasil, poucos se lembrem disso. A Casa Branca, em Washington, enfeitou a fachada com um enorme laço vermelho, símbolo dessa luta, mas os jornais brasileiros não estão dando a menor pelota. A famosa enquete, da qual já falei ontem, tinha desaparecido do site do Senado Federal nas primeiras horas do dia, voltando depois com um resultado desfavorável a nós, diferença pequena, mas desfavorável. Sábado, estávamos na frente. Novamente eu registro que não confio muito nessa enquete, pois já fora tirada do site e zerada antes, por fraude. Se, no passado, eles já fraudaram o próprio painel de votações daquela Casa, o que não se dirá de uma enquete como essa. Temos sempre de lembrar que Senado Federal não é a nossa casa, não temos maioria por lá, principalmente em ano eleitoral. Nos Estados Unidos, mesmo com a força de senadores como Ted Kennedy e Hillary Clinton, a lei anti-homofobia deles demorou mais de 10 anos para ser aprovada. Teremos ainda muito chão pela frente.
E na Argentina, onde seria celebrado hoje o primeiro casamento gay, não por força de lei, mas por uma decisão do judiciário, alguém conseguiu uma segunda decisão, contrária, empurrando a questão para as cortes superiores, o que pode demorar muitos meses, senão anos. Os dois nubentes, que já tinham tudo preparado para a cerimônia, são portadores do HIV, e escolheram a data exatamente por ser o Dia Mundial contra a Aids, e estão prometendo um protesto ruidoso contra a manobra que impediu seu casamento.
O projeto de lei acerca do casamento homossexual, que tramita pelo senado argentino, vai muito além do nosso PL 122/06, que trata apenas de combater a homofobia, mas o nosso judiciário, e já na sua corte mais elevada, o Supremo Tribunal federal, está à beira de reconhecer a base constitucional para o casamento gay. Provavelmente, e queremos acreditar nessa hipótese neste dia tão significativo, teremos nossos direitos reconhecidos em breve. Lembro das palavras do Ministro Celso de Mello, “Essa é a missão fundamental da jurisprudência, que necessita desempenhar seu papel de agente transformador dos estagnados conceitos da sociedade”. Estagnados sim, mas não mortos. Não vamos perder a esperança!
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