Meus caros, tivemos ontem um dia tumultuado, com diversas notícias mencionando e envolvendo gays e seus direitos, mundo afora. Primeiro foi o sutiã de Roberto Requião, vejam abaixo. Depois, foi a derrota da lei que permitiria o casamento de homossexuais no Estado de Nova York, nos Estados Unidos, logo aonde fica Stonewall. Militantes locais logo bradaram protestos, mas observadores mais experientes, e acostumados aos trâmites legislativos americanos, culpam os próprios parlamentares democratas pela derrota. Após proporem uma lei que sabiam ser controversa, caberia aos senadores patrociná-la de forma segura, o que não fizeram. Por que razão a aprovação da Lei Shepard pelo Senado Federal daquele país, que tornou a homofobia um crime hediondo, demorou mais de 10 anos? Pois os competentes senadores Ted Kennedy e Hillary Clinton não ousaram expor a lei em votação, sabendo que corria o risco de ser derrotada, e demorou uma década para que isso acontecesse. Isso é como reunião de mineiros, só se promove sabendo-se o resultado! Os senadores democratas de Nova York que me perdoem, mas pisaram feio na bola. Vale ainda lembrar que, nos Estados Unidos, casamento é questão estadual, e é aceito pelos estados de Connecticut, Iowa, Massachusetts, New Hampshire e Vermont. Agora, na Califórnia, com o apoio do governador Schwarzenegger, deve sair.
Já o judiciário argentino aprontou um papelão, permitindo o casamento num dia, com discurso de apoio do prefeito de Buenos Aires e tudo, os pobres noivinhos aprontaram toda a festa, e voltaram atrás na última hora. Santa Evita não conseguiu vencer, ainda, a forte igreja argentina, mas conseguirá, hermanos, tenham fé! E, já que estamos falando de casamento aprovado pelo poder judiciário, ou seja, casamento gay, reconhecido como legalmente válido, igualzinho ao casamento hétero por tribunais, o Brasil já está quase lá. Digo quase, pois 13 tribunais estaduais já o reconhecem, para todos os efeitos legais. O próprio Tribunal de Justiça de São Paulo já coleciona belas decisões neste sentido, e, ontem mesmo, permitiu a um gay adotar o sobrenome do parceiro para fins de registro civil. E aguardem, meus caros, pois em muito breve teremos publicada, clara, e válida, a decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal brasileiro, nosso tribunal máximo, apoiando a teoria da homoafetividade, e reconhecendo como constitucional o casamento homossexual. E que grite a bancada conservadora do Congresso Nacional.
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