Dilma promete “iniciar” segundo mandato já em novembro

A presidente reeleita Dilma Rousseff, em entrevista ao Jornal Nacional. Foto: Reprodução/TV Globo
A presidente reeleita Dilma Rousseff, em entrevista ao Jornal Nacional. Foto: Reprodução/TV Globo

Em sua primeira entrevista depois da reeleição, no domingo (26), a presidente Dilma Rousseff (PT) disse, ao Jornal Nacional, da TV Globo, nesta segunda-feira (27), que não vai esperar o início do próximo mandato, a partir de janeiro do ano que vem, para começar as mudanças que prometeu durante a campanha eleitoral, entre elas a reforma política, e que também vai aumentar o cerco contra corruptos e fortalecer as instituições de investigação, como a Polícia Federal.

A presidenta afirmou que, durante o período eleitoral, recebeu apoio de vários setores do País para realizar a reforma política, mas que precisa da ajuda do Congresso Nacional para debater o tema. “[O que me deixa confiante] é certeza que eu recebi durante a eleição de um conjunto de segmentos, que vão desde a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), passando pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e pelos movimentos sociais, além de um grande clamor da juventude, que, inclusive, me entregou um lista que vai ser levada ao Congresso, propondo uma consulta popular. Essa consulta é essencial para a reforma política. Muitos setores têm como base dessa reforma a proibição de contribuições empresariais nas campanhas. Temos várias propostas na mesa. A oposição fala muito em fim da reeleição, e eu acho que tudo isso tem que ser avaliado pela população. Eu acredito que o Congresso vai ter sensibilidade para perceber que isso é uma onda que avança”, disse ela.

Questionada sobre o suposto esquema de corrupção na Petrobras e sobre os desvios de conduta de membros do governo – um dos principais abordados durante o período eleitoral – Dilma disse que não teme instabilidade política caso políticos que estejam alocados em seu mandato sejam presos em investigações. “Não é possivel que o nosso País mantenha a impunidade daqueles que cometam atos de corrupção. Eu não acredito em instabilidade política por se prender e condenar corruptos e corruptores. Acredito que o Brasil tem uma democracia forte e uma institucionalidade forte. Acho que a sociedade brasileira exige uma atitude que interrompa a sistemática impunidade que ocorreu neste País ao longo da nossa história. E isso significa: doa a quem doer, que se faça justiça. E fazer justiça, nesse caso, é punir. Se alguém errou, tem que ser punido. Esse fator não pode levar a instabilidade política. O que deve levar a instabilidade política é a manutenção da impunidade”.

Dilma passou a manhã de segunda-feira descansando e, na quinta-feira (30), deve sair para alguns dias de férias. Ainda não se sabe para onde a presidenta vai, mas jornais da Bahia informam que ela passará o período em uma base militar naval do Estado. Na entrevista ao Jornal Nacional, ela disse que já vai começar a trabalhar em seu novo governo a partir de novembro. “Externei ontem [domingo, 26] que não ia esperar a conclusão do primeiro mandato para iniciar todas as ações no sentido de transformar e melhorar o crescimento da nossa economia. Eu vou abrir o diálogo com todos os segmentos. Quero dialogar com setores empresariais, financeiro, com o mercado, para discutir quais são os caminhos do Brasil. Pretendo colocar de forma muito clara as medidas que vou tomar. Agora, não é hoje. Antes do final do ano. Vou fazer neste mês que se inicia na próxima semana”, informou ela.

De acordo com a Agência Brasil, Dilma Rousseff ainda tem três viagens presidenciais até o final do ano: uma para Austrália, no encontro do G20, na metade de novembro, e uma visita oficial ao Japão, provavelmente em período próximo, dada a proximidade geográfica entre os países.


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