Meus caros, eu realmente não queria mais falar de BBB em meu blog, acho que é baixar muito o nível, mas não posso deixar passar essa sem comentar, pelo bem da saúde pública. Na terça-feira (2), um dos participantes do reality show, um gostosão chamado Marcelo Dourado, professor de educação física, declarou com todas as letras que “Homens héteros não se contaminam com HIV”, e completou “Um homem transmite para outro homem, mas mulher não passa para homem”. Ele já não mostrava lá ter princípios dos mais elevados, não esconde que adora fama e dinheiro, tira a camisa para mostrar o corpão o tempo todo, e ensaiou mais de um movimento homofóbico diante da explosiva dupla Serginho e Dicesar.
Pois um elemento desse nível é colocado sob as mais poderosas lentes da mídia brasileira, onde, supostamente, são dirigidos por um semideus chamado Boninho. Diante do Brasil inteiro, contraria toda a comunidade científica mundial com uma opinião delirante e irresponsável, que prejudica seriamente o resultado de anos e anos de campanhas públicas de conscientização e prevenção da doença, para a qual ainda não existe cura. Já falei aqui sobre um fenômeno nefasto, a ideia de que a AIDS já tem cura, dado o nível de eficácia atual dos medicamentos mais modernos para o tratamento da doença. As pessoas passaram a achar que “Tudo bem, não vou morrer mesmo”, e abandonam os cuidados mais elementares de prevenção, como o uso da camisinha. Cada boa notícia sobre avanços no tratamento da doença também acaba levando, principalmente os mais jovens, a negligenciar medidas simples de prevenção, comprometendo sua saúde, suas vidas.
Estamos a menos de duas semanas do carnaval! Impossível que ninguém faça nada, eu estou fazendo uma “mínima” parte aqui, com meu blog, mas a própria Rede Globo, o Governo Federal, alguém precisa refrear os efeitos da declaração deste delirante, que pode induzir milhares e milhares de pessoas à contaminação pelo HIV. Marcelo Dourado, direto do BBB10, tornou-se uma evidente arma de destruição em massa, com o patrocínio milionário de grandes marcas nacionais e internacionais, que certamente não querem estar vinculadas a um desastre de comunicações.
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