Meus caros, a batalha dos homossexuais americanos por seus direitos em seu Congresso está acirrada, com organizações militantes fazendo pressão firme sobre Nancy Pelosi, atual speaker of the House, algo equivalente a presidente da Câmara dos Deputados no Brasil. Pelosi é democrata, e já se manifestou publicamente a favor das duas causas homossexuais que estão tramitando pela casa: o fim da don’t ask, don’t tell, que restringe a entrada de homossexuais no exército, e a lei que proíbe a discriminação nas contratações trabalhistas. Para nós brasileiros, ouvir falar de leis assim é um sonho longínquo, mas lá a coisa está quente. O próprio presidente Obama apoia ambas as leis, e vários republicanos influentes, congressistas ou não, sempre me lembro de Colin Powell, se manifestaram a favor. Só que a coisa ainda anda muito devagar. Por quê? Por uma simples razão: se qualquer uma dessas leis for levada a votação e for derrotada, acabou-se! Volta tudo para a estaca zero por muitos anos, será um retrocesso brutal, algo que ninguém quer.
Lembro da famosa Lei Shepard-Byrd, que tornou crimes hediondos aqueles cometidos por conta de discriminação, seja homofobia ou racial, demorou quase 10 anos para ser aprovada, e também contou com o apoio da Casa Branca de Bill Clinton e com a competente orientação de senadores como Ted Kennedy e Hillary Clinton. Pelosi é competente, mas o Congresso americano, com aquele curioso bipartidarismo, é muito dividido em questões como essas, pois o eleitorado é preconceituoso, o que divide as bancadas republicana e democrata. Para nós brasileiros, que só apostamos no judiciário por termos um Congresso Nacional declaradamente homofóbico, fica a esperança de que o exemplo americano nos dê ao menos força moral, o que eu denomino de Teoria dos Afluentes, e também mostra como uma militância realmente organizada pode fazer muita diferença. Hoje mesmo vai haver um encontro de várias lideranças em Brasília, mas pouco se lê sobre isso na mídia, é um movimento carregado heroicamente por poucas lideranças históricas, quase sem apoio algum. Definitivamente, temos muito o que evoluir.
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