O governo do Chile admitiu nesta terça-feira (9) que a bomba de fabricação caseira que explodiu em um comércio dentro da estação Escuela Militar, da Linha 1, uma das mais movimentadas do metrô de Santiago, deixando 14 feridas, nesta segunda (8), foi um ato terrorista, apesar de se desconhecer os autores da ação e suas motivações. “Nos parece que este é um ato abominável e vamos usar todo o pesol da lei, inclusive invocando as nossas leis antiterrorismo, porque os responsáveis precisarão responder”, disse nesta manhã o porta-voz do governo, Alvaro Elizalde.
É a terceira vez na história do país que uma bomba explode dentro do sistema de transporte ferroviário da capital: em 1986, uma artefato estourou dentro de um trem na estação Tobalaba e deixou um passageiro morto. Em julho deste ano, uma bomba de efeito menor foi acionada em uma composição que estava sendo levada para a garagem, ainda na estação Los Dominicos. Como o serviço já havia sido encerrado, ninguém se feriu.
O governo chileno confirmou também que a mãe da presidente Michelle Bachelet, Angela Jeria, de 88 anos, estava fazendo compras na zona do atentado, mas não se machucou. “Ela estava comprando algumas coisas na companhia de um policial – que sempre está ao lado dela – quando a bomba explodiu”, informou o ministro do interior, Rodrigo Peñailillo.
No início da noite, a presidente Michelle Bachelet visitou os feridos que estavam hospitalizados no hospital de Las Condes, próximo ao local do atentado. Nesta terça-feira, ela se reunirá com autoridades políticas e policiais no Palácio de La Moneda em busca de medidas para o caso.
Também nesta terça, o setor urbano da polícia chilena, chamada de Carabineros, organizou uma operação especial em todas as estações de metrô da cidade, com cerca de 500 homens patrulhando entradas e saídas do serviço. Além deles, cinco helicópteros estão fazendo patrulha áerea na capital do país, segundo informou o diário Emol. A empresa responsável pelos trens também retirou todas as lixeiras dos locais de acesso público como medida de segurança. A polícia local trabalha com as imagens do circuito interno do metrô e, segundo o coronel Mário Rozas, identificou apenas dois suspeitos de ter cometido a ação. “Seriam dois rapazes de aproximadamente 30 anos e vestidos com roupas esportivas”, explicou à imprensa. Mais de 60 testemunhas estão sendo ouvidas para identificar os autores do ataque.
Bomba
A bomba explodiu em uma galeria chamada Subcentro, anexa ao túnel de acesso a estação Escuela Militar, distante 8km do Palácio de La Moneda, sede do governo chileno, mas ao lado de um prédio do exército do país. O artefato era composto de um extintor com um quilo de pó preto e ativado por um temporizador.
Relatórios da inteligência policial chilena haviam sido entregue às autoridades nos últimos meses, segundo a polícia. Outro antecedente contra alvos humanos foi denunciado à polícia desde dezembro de 2013, quando um grupo anarquista do Chile supostamente teria feito um plano para atingir alvos humanos em Santiago.
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