Histórias de Brasília

Salvo de ataque de ariranha há quase 40 anos, morador de Brasília reaparece hoje no noticiário como suspeito de corrupção - Foto: Keven Laww
Salvo de ataque de ariranha há quase 40 anos, morador de Brasília reaparece hoje no noticiário como suspeito de corrupção – Foto: Keven Laww
Idealizado por Lúcio Costa, com construções projetadas por Oscar Niemeyer, o Eixo Monumental de Brasília é uma espécie de passarela do poder. São 16 quilômetros pontuados pelos 17 prédios que compõem a Esplanada dos Ministérios e deságuam em um espaço aberto com três edifícios monumentais, que representam os poderes da República: o Palácio do Planalto (o Executivo), o Supremo Tribunal Federal (o Judiciário) e o Congresso Nacional (o Legislativo). O poder que emana dessa praça se espalha por residências oficiais e mansões à beira do lago Paranoá. Parece sempre muito distante do Brasil real. Raras são as ocasiões em que pessoas sem broche na lapela se fazem ouvir nas proximidades dos três poderes. Antes das manifestações iniciadas em junho de 2013, o momento mais emblemático ocorreu na terça-feira 15 de janeiro de 1985, quando manifestantes ocuparam a rampa do Congresso Nacional para comemorar a eleição (ainda indireta) do primeiro presidente civil depois do golpe de 1964.

Em contrapartida, em Brasília não faltam histórias pitorescas, constrangedoras e até mesmo grotescas envolvendo personagens que encarnam o poder. Em tempos de festa com quadrilha e fogueira, uma das mais recentes cenas surpreendeu por mostrar a desenvoltura de políticos favoráveis e contrários ao governo provisório de Michel Temer no arraial promovido pela senadora Kátia Abreu. No começo, os dois grupos ocuparam mesas separadas. Mais tarde, animados pelo forró do deputado Tiririca, acabaram juntos e misturados.

A festa já estava bem animada quando o presidente do Senado, Renan Calheiros, chegou agitado, querendo jogar na fogueira o procurador-geral Rodrigo Janot, que tinha pedido sua prisão, como suspeito de tentar obstruir a Operação Lava Jato. Depois de muito reclamar, Renan relaxou, até porque Janot não estava na festa e o ministro Teori Zavascki havia indeferido o pedido de prisão. Na sequência, o presidente do Senado lembrou-se do neto Renzo. A colegas de Parlamento e a jornalistas presentes à festa, Renan contou que o garoto de 9 anos, que mora com ele, o colocara contra a parede: “Meu avô, é verdade que o senhor é golpista?”.

Leia a reportagem completa na edição 108 da Revista Brasileiros, nas bancas a partir desta sexta-feira, 15 de julho.


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