Os votos dos ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, respectivamente relator e revisor do caso do mensalão que está sendo julgado no Supremo Tribunal Federal, tem gerado grande repercussão nas redes sociais Facebook e Twitter. Em sua maioria, os comentários são de veemente apoio à postura do primeiro e igual ênfase em repúdio ao segundo.
O apoio a Barbosa se deve ao fato de que o ministro votou pela condenação pelos crimes de corrupção e peculato de todos os réus cujos casos analisou até o momento: o deputado federal João Paulo Cunha, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, os dois sócios dele – Cristiano Paz e Ramon Hollerbach – e o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. Para o ministro, Pizzolato também é culpado por lavagem de dinheiro.
Os votos de Barbosa, que respondem à vontade popular de que o processo do mensalão não seja mais um a “acabar em pizza”, são comentados e comemorados a cada encerramento de sessão. Fotos do ministro circulam nas redes aliadas à imagem do Superhomem, Batman e da bandeira brasileira, com legendas como “O ministro-herói”, “Super-Juiz”.
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Em contrapartida, Lewandowski aparece como um vilão do processo, por ter decidido pela absolvição de João Paulo Cunha – voto que também absolve Marcos Valério e seus sócios. Afirmando que um ministro “não pode se pautar pela opinião pública”, o revisor deixou claro que a repercussão do caso não o comove, enquanto sua imagem é compartilhada com a legenda “vergonha”.
Para esquentar a disputa, os dois ministros, que em seus pareceres concordam apenas sobre a culpa de Henrique Pizzolato, vem trocando farpas publicamente. Durante sessão na última semana, eles discutiram sobre a solicitação de Lewandowski para que o desmembramento do processo voltasse à pauta do STF.
“É irresponsável voltar a discutir essa questão. Isso é deslealdade”, disse Barbosa. Em resposta, o revisor acusou o relator de tentar “tumultuar” o julgamento. “Deslealdade é um termo forte que o senhor está usando. O senhor dá indícios de que esse julgamento será tumultuado”, afirmou Lewandowski.
Além dessa questão, Barbosa também questionou a exposição de Lewandowski sobre o réu João Paulo Cunha e pediu direito à palavra. Entrando nesta segunda-feira, dia 27, na sua 15° sessão, o julgamento do mensalão terá a “réplica” de Barbosa sobre as observações de Lewandowski e o revisor terá direito à sua “tréplica”, palavras que foram usadas pelos próprios ministros e sublinham a crise.
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