E não é que este “Balaio”, com menos de um mês de vida no iG, pegou no breu? Sem querer dar uma de mascarado nem entrar na onda dos blogueiros autoreferentes, hoje preciso agradecer aos leitores que, desde o dia 11 de setembro – êita data pra não esquecer! -, estão dando a maior força para este novo espaço de debates.
A cada post publicado, a freguesia aumenta, na mesma proporção da indignação dos leitores sobre os assuntos aqui discutidos – em especial, os que se referem à atuação do Judiciário brasileiro, como no caso do jornalista Pimenta Neves e do promotor Thales Ferri Schoedl, que continuam livres, leves e soltos, enquanto as famílias das suas vítimas choram à espera do fim da impunidade.
São tantos os comentários que, por mais que eu quisesse, seria impossível responder a cada um deles. Por isso, faço este agradecimento geral pela sua participação no debate e pelo alto nível das suas intervenções.
Da mesma forma, quero dizer meu muito obrigado aos leitores e amigos que enviaram mensagens me cumprimentando pelo “Troféu Especial de Imprensa ONU: 60 anos da Declaração de Direitos Humanos”, que recebi ontem junto com quatro colegas brasileiros _ Caco Barcellos, José Hamilton Ribeiro, Zuenir Ventura e Henfil (em memória) – “pelo conjunto do trabalho e carreira”.
O que me deixou mais feliz, além da honrosa companhia dos outros escolhidos, na minha opinião os três melhores repórteres da imprensa brasileira em atividade, foi ganhar este troféu numa eleição direta de que participaram os mais de 500 jornalistas que receberam o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos nos últimos 29 anos.
Não dando para citar todos um a um, agradeço coletivamente às muitas turmas de onde vieram estas mensagens: meus colegas de Colégio Santa Cruz, dos Grupos de Oração de São Paulo, Rio e Belo Horizonte, das redações por onde passei (Folha, Bandeirantes, TV Globo, Estadão, O Globo, Jornal do Brasil, Brasileiros, iG, entre outras) , além dos leitores deste “Balaio”.
Achei até engraçado que um prêmio concedido pela ONU a cinco jornalistas brasileiros só tenha merecido registro num dos nossos três grandes jornais nacionais. Foi “O Globo”, do Rio, já que um deles (Zuenir) trabalha no jornal e os outros dois vivos (Caco e José Hamilton) são da TV Globo. Nosso Henfil também trabalhou lá nos tempos da TV Mulher e eu fui do programa Globo Rural em 1985. Quer dizer, todos os premiados trabalham ou trabalharam na empresa.
Os dois jornalões paulistas, a Folha e o Estadão, como nenhum dos seus profissionais foi premiado, devem ter considerado que esta não era uma notícia de interesse público. A Folha preferiu noticiar um outro prêmio concedido a ela mesma: “Folha é eleita a mídia do ano pela Aberje”.
Seus leitores podem não saber o que é a Aberje, mas certamente já ouviram falar na ONU. Sem querer desmerecer a entidade, que fez a premiação pela 34ª vez, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – até porque, se não me engano, foi dela que ganhei outro premio tempos atrás como profissional do ano -, o critério adotado é uma pequena amostra de como se decide o que é e o que não é notícia na grande imprensa brasileira.
Sem nenhuma demagogia, porque nunca precisei disso, queria dedicar este prêmio concedido pela ONU a todos os leitores que me acompanharam nos últimos 44 anos. Afinal, é da leitura deles que eu vivo.
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