Lições da crise

Brasileiros - Como está o Brasil em meio ao turbilhão da crise que vivemos?

Mantega -Em primeiro lugar, é preciso dizer que o Brasil nunca esteve tão sólido para enfrentar uma crise como esta. A primeira coisa que chama atenção é que o Brasil hoje está mais preparado do que nunca. Em qualquer época anterior, o Brasil já teria sucumbido. Por muito menos, na década de 1990, diante de crises que eram crises localizadas na periferia e não no centro do sistema – a crise do México, a crise da Ásia, a crise da Rússia, mesmo a crise da Argentina em 2001 -, o Brasil foi fortemente afetado. As reservas evaporaram em 1998, a crise da Rússia significou um prejuízo de 30, 40 bilhões de dólares, o que é um número baixo perto da crise atual. Hoje a crise é sistêmica, portanto, abrange todo o sistema financeiro central e mesmo assim o Brasil continua trilhando o caminho do crescimento. A economia brasileira hoje é infinitamente menos afetada do que no passado.
É claro que, como nós vivemos em um mundo globalizado, nós somos afetados, mas devemos dividir os países do mundo, em relação a essa crise. Os mais afetados são os países chamados avançados.
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É curioso. Os ditos avançados talvez tenham de mudar a terminologia no futuro. São os mais afetados por quê? São países que crescem menos, têm o mercado menos vigoroso, têm as contas fiscais, contas públicas menos equilibradas. Os Estados Unidos, por exemplo, têm déficit fiscal, déficit comercial. Os países menos afetados, aqueles que têm um crescimento maior e, portanto, uma melhora da robustez da economia, têm mercado potencial em expansão.
O mercado é importante, pois, se houver uma retração internacional, o mercado mundial vai diminuir e um mercado doméstico maior, mais potente, pode segurar a atividade econômica. O Brasil tem as contas mais equilibradas, a Rússia tem reservas, a China tem reservas, o Brasil tem reservas e, por último, mas não menos importante, nosso sistema financeiro está fortalecido. No nosso sistema financeiro não tem ativos podres. No sistema financeiro sólido, os ativos são sólidos, o nível de inadimplência é baixo e é um sistema financeiro menos alavancado; o sistema financeiro americano é ultra-alavancado.

Brasileiros - No momento em que os mercados financeiros parecem desintegrar-se, é natural a preocupação com os canais de contágio da crise no Brasil. Quais lhe parecem os mais graves?
Mantega -
Aquela tese do isolamento de certos países não procede, todos têm algum contágio, até a China, até a Rússia, porque têm alguma relação com ativos podres, porque eles têm mais aplicações nesses ativos, então houve um contágio mais direto, embora suas economias sejam mais robustas. O Brasil não tem nenhum contágio direto, porém nós somos atingidos pelo crédito. O crédito travou, e aí nós precisamos distinguir o período de agravamento da crise. Tem gente que diz “o governo não estava dando bola para essa crise”. Essa crise, de agosto do ano passado até agosto deste ano, tinha uma determinada gravidade. Porém, ela se tornou muito mais profunda, muito mais aguda de setembro para cá, quando começaram a quebrar as grandes instituições financeiras, porque, até então, apenas poucas instituições haviam apresentado problemas. Nós sabíamos que havia ativos podres, havia perdas, nós sabíamos que alguns bancos estavam contabilizando perdas. Agora, a ponto de quebrar bancos, isso aconteceu em massa, em enxurrada, a partir de setembro.
Naquele momento, a crise mudou de qualidade, e a partir disso é que nós fomos mais atingidos. Então, nós tínhamos razão de dizer que, de agosto até agosto, a repercussão no Brasil da crise era pequena, já havia alguma repercussão no crédito; tinham diminuído as fontes de crédito para as empresas brasileiras; o custo do crédito tinha aumentado; já havia um fluxo menor dos investimentos estrangeiros na bolsa brasileira. Mas eram conseqüências pontuais.
Em setembro a crise se tornou mais aguda, e aí houve lá fora um travamento do crédito, com conseqüências para o Brasil. O travamento do crédito afetou a economia mundial; secaram as linhas em dólar e, portanto, nos afetaram, do ponto de vista do comércio exterior.
Mas é bom deixar claro: não caíram as nossas exportações nem as nossas importações. Até pelo contrário. Eu acompanho diariamente esse movimento, exportação, importação, movimento financeiro. E constatei que, nos meses de agravamento, em setembro as exportações até subiram. Por quê? Por causa do câmbio, porque você teve uma desvalorização do real. O real estava parado em R$ 1,57, R$ 1,58, até menos que R$ 1,60. E mudou de patamar. Quando ele passou para R$ 1,80, R$ 1,85 os exportadores se animaram, fecharam contratos de câmbio para aproveitar o dólar favorável. Não houve queda das exportações. Houve sim o enxugamento das linhas de dólar para as exportações futuras.
A outra conseqüência é linha de crédito para qualquer tipo de atividade, não se consegue crédito lá fora. E quando se consegue, paga-se um preço extremamente elevado.
Outra situação foi a de algumas empresas brasileiras, uma minoria, que estavam apostadas no câmbio, apostando que o dólar ia continuar a cair. Elas tiveram problemas, mas não pela sua atividade principal porque, como eu disse, não houve interrupção do fluxo de exportação, mas empresas que estavam especulando em moeda viram-se em dificuldades porque, com essa subida do dólar, tiveram de cobrir margem.

Brasileiros - O real vem tendo desde 2003 uma brutal apreciação, comparado com outros países.
Mantega -
Mas é que em 2003 o real estava excepcionalmente desvalorizado, ele tinha de valorizar, tinha de voltar, então também não é uma boa comparação. A partir de 2005 a apreciação foi mais acentuada.
Se o cidadão, em vez de se dedicar à sua atividade principal, que é ser exportador, produzir e exportar, esteve especulando, pode enfrentar problemas. Mas isso é normal no sistema capitalista. Mesmo fora das crises, tem empresas que, vira e mexe, apostam na direção errada. Principalmente quando mercados futuros entram no meio do jogo. Você está jogando, pode ganhar e pode perder, é a regra do jogo. Nenhuma empresa brasileira teve problemas pela sua atividade produtiva.

Brasileiros - Com relação a essas apostas das empresas, o Ministério tem alguma estimativa de que isso venha ocorrer de novo, em curto prazo?
Mantega -
O Brasil tem um sistema financeiro muito mais regulado e menos alavancado do que os sistemas americano e europeu. Essa é uma grande vantagem que nós temos. Temos uma fiscalização, um controle, e regras que não permitem uma alavancagem grande. O cidadão, quando vai fazer uma operação no mercado futuro, tem 10% para a operação. Veja que a alavancagem é de um para dez. Se aquela operação tem um salto, para cima ou para baixo, ele tem de recolher margem. Se foi na direção oposta à aposta dele, portanto, ele está perdendo, ele é chamado pela Bolsa de Mercadorias & Futuros a recolher margem, tem de cobrir margem. Então, está sempre coberto, a operação está sempre coberta, não dá para fugir do controle.
Outra coisa: aqui no Brasil nós temos marcação diária ao mercado; a Comissão de Valores Mobiliários tem um painel com um computador e ela tem o valor de cada carteira, de cada fundo multimercado. Isso tudo não existe nos Estados Unidos, não tem na Inglaterra e não tem na Europa. Aqui não dá para ocultar prejuízos, que é o que vem acontecendo justamente nos Estados Unidos e Europa. Eles vêm ocultando prejuízos. Como não se sabe o tamanho do prejuízo, cria-se a desconfiança.
Um dos grandes problemas que nós temos hoje no mundo é a desconfiança, perdeu-se a confiança no sistema financeiro. Porque você não sabe se o banco X está escondendo uma montanha de ativo podre.* O banco Y comprou subprimes, não se sabe se ele comprou, se ele não comprou, qual é o valor do patrimônio dele. Ele tem o valor contábil, escritural que ele diz “seis meses atrás eu valia duzentos bilhões”. Mas quanto você vale hoje? “Não te conto”. Por quê? Ele não tem marcação a mercado. Eles estão pensando em fazer uma marcação, mas nunca fizeram. Aqui no Brasil, com a marcação a mercado, sabemos exatamente. Se você é cotista de um fundo, ou seja, aplica em renda fixa, você sabe exatamente quanto vale a cota, a posição diária. E isso é um avanço.

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Brasileiros - Temos de lembrar também o controle sobre os bancos de investimento, que era falho nos EUA.
Mantega -
Até 2004, a Securities and Exchange Commission – SEC, espécie de Comissão de Valores Mobiliários de lá, tinha controle. Nos Estados Unidos, nas últimas duas décadas, eles vieram suprimindo o controle em algumas faixas do sistema financeiro. Os bancos eram controlados, estavam submetidos à Basiléia I e Basiléia II, mas só o sistema financeiro tradicional. Agora, eles deixaram para fora o mercado de derivativos. O mercado de derivativos não tem controle e pode alavancar à vontade. Eles podem alavancar 20, 30, 40 vezes. O mercado financeiro não é um cassino. Ele tem uma finalidade econômica importante, tem de fazer hedge, até deveria dar estabilidade. Agora, quando se exagera na dose, vira um cassino. A Securities and Exchange Commission mudou a legislação. Ela desobrigou os cinco bancos de investimento que havia, em 2004, e eles puderam alavancar à vontade.
Essa alavancagem foi permitida pelas autoridades, elas foram coniventes, são responsáveis por isso que está acontecendo.
Desregularam o mercado futuro e o mercado de investimentos e criaram essa exuberância financeira que o ex-presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, chamava “exuberância”. Criaram uma exuberância e uma irresponsabilidade.
Isso demonstrou que as instituições financeiras não sabem se autogovernar porque elas vão no limite da irresponsabilidade. O objetivo delas é maximizar o lucro e pagar bônus para os diretores que ganharam fortunas. No ano passado, foram distribuídos 12 bilhões de dólares em bônus pelos bancos americanos.
Aí se vê outra razão pela qual a economia brasileira é sólida: por causa das nossas regras de regulação, que são sólidas.
Os indicadores de desempenho do sistema financeiro no Brasil mostram que as instituições são muito mais sólidas. Os bancos brasileiros são mais sólidos, porque não há risco sistêmico aqui, essa é a diferença.
Aqui, o que temos, a partir dessa crise, são problemas de liquidez de uma faixa muito delimitada. Você não tem falta de liquidez em reais; tem-se alguma falta de liquidez em dólar; não se tem problemas de solvência.

Brasileiros - Vamos ligar uma coisa à outra. Outro tema de grande interesse agora, no momento que o senhor está indo à reunião do FMI, é a questão da arquitetura financeira internacional.
Mantega -
Toda vez que você tem uma crise pequena, média ou grande, as pessoas se lembram em falar de uma nova arquitetura financeira internacional. Eu me lembro do Clinton falando, porque na época dele também houve um problema bancário, e ele falou em “nova arquitetura”. O fato é que o sistema financeiro não gosta de uma nova arquitetura porque uma nova arquitetura impõe limites de atuação. Então essa é a grande questão: quando nós vamos reunir forças políticas para ter uma nova arquitetura? É claro que quando ocorre uma crise dessa natureza, um terremoto com dez pontos na escala Richter, cria-se uma predisposição, inclusive uma pressão do eleitorado de todos os países para que se crie uma regulamentação para evitar que novas crises ocorram. Porque a regulação agora não vai mais salvar a situação atual. A situação atual tem de ser remediada. A regulação servirá para evitar que outras crises como essa ocorram.
Eu acho que nós podemos reunir forças políticas principalmente se houver uma mudança política nos Estados Unidos, onde uma nova corrente menos ligada à banca internacional possa deter o controle.
No caso do Reino Unido, é até mais fácil porque lá tem um Partido Trabalhista, que em princípio seria mais intervencionista, mas que tem um sistema financeiro totalmente desregulamentado. Eu acho que talvez, a partir da dimensão dessa crise, se criem condições políticas para que possamos tentar implementar uma regulamentação. O Fundo Monetário costuma ter mais força em relação aos países emergentes do que aos países avançados porque ele não foi feito para fiscalizar países avançados e hoje está diante dessa tarefa.

Brasileiros - Por isso ele está aparecendo tão pouco agora.
Mantega -
Ele aparece pouco porque foi moldado para situações distintas. Isso demonstra a necessidade de repensar as instituições de Bretton Woods e pensar uma nova arquitetura das instituições multilaterais também. E elas têm de fiscalizar mais os países avançados do que os emergentes.

Brasileiros - As intervenções feitas pelo governo americano abrem caminho realmente para um retorno da regulamentação?
Mantega -
Eu creio que haverá uma mudança política, mesmo que não seja o Obama, mesmo que seja o McCain. O próprio McCain estará forçado a dar uma resposta convincente aos problemas que seus antecessores criaram. Então surgem condições até que ele possa regular mais, mesmo vindo do Partido Republicano, que é pela desregulamentação. Não nos esqueçamos que os republicanos são, por ideologia, favoráveis a deixar o mercado fazer o que bem entende.
Acho que o sistema financeiro não pode ficar solto, não pode correr solto, tem de ter uma fiscalização forte das autoridades e uma regulamentação forte. As crises têm um lado negativo porque trazem sofrimento, trazem penúria, porém, muitas vezes nas crises é que se engendram mudanças importantes para melhor. Esperamos que essa crise nos sirva de lição, nos ensine várias lições.

Brasileiros - Seria o desenho de um novo capitalismo?
Mantega -
É claro que você pode ter o capitalismo selvagem que é o que os liberais ortodoxos querem implantar e o capitalismo social democrático que dá oportunidade para que a base da pirâmide social também tenha participação nas benesses da civilização, da humanidade. Eu acho que as democracias têm avançado nesse sentido. É capitalismo? Sim. Mas tem de ser um capitalismo humanizado, um capitalismo civilizado porque até agora não se demonstrou um sistema mais avançado do que o capitalismo. Então cada país pratica o capitalismo a sua moda. No Brasil, por exemplo, nós estamos praticando um capitalismo mais humanizado, de inclusão social, que dê oportunidade. Seria possível imaginar há dez, 15 anos alguém falar no Brasil como um país de classe média?

Brasileiros - Voltando às premências maiores da crise, o que o senhor tem a dizer sobre as medidas tomadas aqui no Brasil?
Mantega -
Desde que a crise começou, em agosto do ano passado, nós procuramos ser mais cautelosos em matéria fiscal, nós procuramos ter um desempenho fiscal melhor, nós resolvemos aumentar o superávit primário para que as contas públicas estivessem bem equilibradas, porque, para enfrentar qualquer tipo de crise, nada melhor do que ter as contas equilibradas. Nós zeramos a nossa dívida externa, nós acumulamos reservas o suficiente para pagar a dívida inteira. Isso hoje nos deixa em situação confortável. As medidas para enfrentar a questão da falta de dólares foram: em primeiro lugar nós começamos a fazer leilões de dólares, um leilão compromissado. O Banco Central oferece 500 milhões de dólares a leilão, só que com o compromisso de que o cidadão vai devolver o dólar dali a 30 dias. A operação é totalmente segura, ele nos dá reais, e depois fazemos o contrário, devolvemos os reais quando ele nos devolverem os dólares. Então, a instituição financeira tem uma liquidez, sabendo que vai devolver. E, dessa maneira, as nossas reservas permanecem intactas. Outra modalidade é a de leilões externos, usando as reservas. As reservas são aplicadas. A maioria está em títulos do governo norte-americano e os demais são aplicados em títulos de primeira linha, totalmente seguros. Podemos fazer essas aplicações em bancos brasileiros e assim dar linha de crédito. Na verdade, é o que eu cheguei a anunciar dizendo que faria uma “utilização criativa” das reservas. Mantém-se o nível de reservas, mas ao invés de comprar um CDB de um banco estrangeiro, faz-se uma operação com um banco brasileiro lá fora e ele dá a linha de crédito para o exportador. Não há falta de crédito em reais, porém, diante da comoção que causa a crise lá fora, os bancos brasileiros, os grandes bancos que são líquidos, assumem uma postura mais prudente, e eles nos dão menos empréstimos, até mesmo para os bancos menores que dependem dos créditos deles. Então, uma outra alternativa foi a de liberar compulsórios condicionados à compra de carteira dos bancos menores. Só é possível usar esse compulsório se o banco comprar uma carteira. Assim, dá-se liquidez aos bancos que têm menos. Liberamos 24 bilhões de reais nessa modalidade. Além disso, aumentamos os recursos do BNDES e estamos aumentando o crédito para agricultura. O Banco do Brasil está antecipando o crédito que ele iria desembolsar ao longo do tempo. São várias iniciativas e o Banco Central já tinha diminuído a necessidade de 200 milhões, que poderiam deixar de ser recolhidos como compulsório. Isso beneficia principalmente os bancos médios e pequenos.

Brasileiros - E quanto à taxa de câmbio? Já se tem uma expectativa do patamar em que deve ficar?
Mantega -
O real estava efetivamente valorizado e é compreensível porque havia muito ingresso de recursos. O Brasil tinha alcançado o grau de investimento, isso também atrai capitais, a bolsa brasileira estava dando um rendimento alto, em geral as aplicações de investimentos. E o mercado sempre exagera, sempre tem um “over alguma coisa”. O que aconteceu é que voltou para um patamar mais realista. Eu acho até que estava em disfunção com, por exemplo, o desempenho do balanço de pagamentos. O ministro da Fazenda não dá palpite nas estimativas para a taxa de câmbio. O fato é que o câmbio é flutuante e isso é um forte instrumento que o governo não tinha em 1998. Em 1998, com câmbio fixo e fuga de capitais, as reservas acabavam do dia para a noite. O câmbio flutuante cria uma barreira à saída, no sentido que custa caro sair. Estamos em um momento de volatilidade e vai flutuar.

Brasileiros - Como lhe parece a afirmação do ex-ministro Delfim Netto, de que os grandes bancos estariam empoçando dinheiro?
Mantega -
A verdade é que os bancos grandes estão empoçando liquidez mesmo, eles declaram isso. Talvez seja até uma reação natural em um momento de maior risco, não aqui dentro, mas lá fora. Essa situação que se criou a partir de setembro talvez se estenda até outubro; é uma situação de estresse agudo do mercado financeiro internacional; não é uma situação que vai perdurar. Com isso, eu não estou dizendo que a crise vai acabar; não vai acabar tão cedo. Mas, essa fase de estresse será superada, e de aguda ela vai passar para crônica. Acredito que essa fase aguda de quebradeira de bancos vai terminar quando você resolver o problema europeu, porque o problema europeu não está equacionado, aí quando equacionar o problema europeu, teremos uma volta a uma certa normalidade. A normalidade da crise, do período de crise, mas não aguda, grave; crise grave. Continuará grave. E aí serão reconstituídas as linhas de crédito e os bancos perderão esse medo de emprestar e aí eles verão que a economia brasileira está sólida e não há nenhuma razão para deixar de emprestar porque os negócios aqui não são moinhos de vento.

GLOSSÁRIO
Ativos podres:títulos e papéis financeiros com baixa probabilidade de serem honrados

Marcação a mercado:processo pelo qual se estabelece o preço atual de uma operação, de maneira que o comprador do título possa estimar os mesmos resultados de uma nova operação com características iguais às da operação original. É uma forma de medir o quanto vale uma operação ou um título no momento presente.

Alavancagem:é o fato de os investidores realizarem operações em valor superior aos recursos que efetivamente têm. Isso é possível pelo crédito, por operar com recursos de terceiros. Para uma empresa, alavancagem representa o quanto ela usa

capital de terceiros em seus investimentos.

Hedge:é uma operação com o objetivo de proteger atividades financeiras do risco de grandes variações de preço em um determinado ativo.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM):órgão normativo que regula, controla e fiscaliza os mercados de capitais no Brasil.

Instituições de Bretton Woods:instituições criadas na conferência para reformulação do sistema monetário internacional ao final da Segunda Guerra Mundial. São elas: o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e o antigo GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio).


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