“…Ao cavaleiro desencarnado,
com sua égua de gás hélio,
recomendo ouro, prata e chumbo”
Donizete era um homem que tinha seus ângulos para com a vida e fazia entortar a palavra e assim o verso. Um grande poeta de estirpe rara.
Nasceu Borda da Mata (MG), 1955, foi cedo leitor da poesia dos conterrâneos mineiros, como Carlos Drummond de Andrade, Henriqueta Lisboa e Murilo Mendes, entre outros tantos que ele costumava debulhar em conversas.
Veio para São Paulo em 1975, onde concluiu jornalismo e trabalhou como redator de publicidade na Editora Abril.
A poesia surge em sua vida pelo ofício de ver e sentir. Em 1988, aos 33 anos, publica seu primeiro livro : Azul Navalha, prêmio APCA, indicado para o Jabuti. Volta a ser indicado ao Jabuti em 1997, com A carne e o Tempo. Participou de antologias brasileiras e internacionais, como Anthologie de La Poésie Brésilienne (Editions Chandeigne), de 1998.
Publicou também dois livros infantis, Mania de bicho e O sapo apaixonado, além deAs faces do rio. Deixa uma dezena de livros, afora outros escritos.
Sergio Castro Pinto, símbolo da poesia paraibana, falou a Brasileiros: “morre Donizete, mas sua poesia persiste, seu eu lírico é avantajado e continua dando voz às coisas inanimadas.”
Nos falou também o poeta Franscisco de Assis Lima, cearense radicado em São Paulo: “há um vácuo na poesia soprada sobre as coisas, vai Donizete, mas fica teu recado de assoprador de versos.”
E, em flash, faz o poema inédito para Galvão:
“Morte que te quero morta
Vida que te quero viva,
Bem viva, no meu portal,pois, se a morte é uma só
O morto é cada qual”
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