A musa no pódio

Nome completo
Verônica Silva Hipólito.

Idade
19 anos.

Data de nascimento
2 de junho de 1996, em
São Bernardo do Campo (SP).

Residência atual
Bairro Vila Pires, em Santo André (SP).

Família
José Dimas Hipólito, 59 anos (pai), Josenilda Silva Hipólito, 50 anos (mãe), os dois professores de História do ensino médio, e o irmão Otávio Hipólito, 20 anos, estudante de Informática e Programação de Jogos Digitais.

Namorado
Alan Gonçalves, central da equipe de vôlei do Brasil Kirin, 18 anos e 2,05 metros de altura – 44 centímetros a mais do que Verônica.

Altura 1,61 m (“corrige isso aí, rapaz; um centímetro faz muita diferença na vida”, alertou ao ler, numa ficha da reportagem de Brasileiros, que ela media 1,60 m).

Peso
49 kg.

Atividade atual
Atleta paralímpica dos 100, 200 e 400 metros rasos e de salto em distância.

 Hobby Fazer origami. Costuma andar com papel especialmente para dobrar e produzir as peças.

Ídolos
Os atletas Yohansson Nascimento e Daniel Mendes, ambos velocistas, e Heitor Sales, guia de Mendes. Sales é seu padrinho de formatura no ensino médio.

Educação
Está no segundo ano de Economia na Universidade Federal do ABC (UFABC). “Tranquei o curso no início de 2015 por causa dos compromissos esportivos, mas vou voltar rapidamente. Nos Estados Unidos, as universidades fazem o possível para que os atletas consigam adaptar as agendas acadêmica e esportiva. Aqui, na grande maioria dos casos, não conseguem sequer dar aulas de Educação Física”. Antes, ensinos fundamental e médio na escola Unia e no Colégio Singular, ambos em Santo André.

Classificação de categorias
T38 e F38. São categorias para pessoas com deficiências motoras como a dela, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que inicialmente paralisou todo o lado direito de seu corpo, aos 14 anos, em 2011, e deixou sequelas ainda hoje tratadas.

Comer, beber, viver
“Amo comer. Como muito, de quase tudo, mas adoro de paixão massas, uma pizza, de preferência com os amigos e, sobretudo, carne. Sou absolutamente louca por um churrascão (no momento em que recebeu Brasileiros, a família estava organizando um churrasco para o fim de semana). E também por leite com achocolatado. Cheguei a tomar três litros por dia, mas minha cota é muito menor. A vida de
atleta não permite esses abusos”.

Estimação
O poodle Lorde Dum Dum e o vira-lata Thor, “os dois recolhidos na rua”.

Outras ocorrências médicas
Um tumor na cabeça que, embora benigno, sangrou e por pouco não tirou a visão da atleta. Foi retirado em uma cirurgia, mas retornou e está sendo tratado com medicamentos. Em outra operação, praticamente todo o seu intestino grosso também foi removido. Verônica nasceu com síndrome de Polipose Adenomatosa Familiar, uma alteração genética hereditária que pode formar até mais de mil pólipos no intestino grosso entre a adolescência e o início da idade adulta. O problema gera câncer colorretal em praticamente todos os casos não acompanhados. A solução: monitorar rigorosamente a evolução da síndrome e, na suprema maioria dos casos, retirar o intestino grosso e o reto do paciente antes dos 25 anos.

Prazeres fora das pistas
Leitura, conversa com os amigos e cinema. “Fiquei muito emocionada com os filmes O Curioso Caso de Benjamim Button e Marley & Eu, este último por causa do meu amor pelos bichos de forma geral.”

Carro
Honda Fit 2015.

Patrocínios
Caixa, Petrobras, Coca-Cola, Nike e Time São Paulo. “Além disso, sou atleta contratada do Sesi/SP e recebo Bolsa Pódio do governo
federal, que pode variar de R$ 5 mil a R$ 15 mil. Não quero falar de ganhos mensais parciais ou totais, mas hoje vivo disso. E, em relação às expectativas que tinha de vida, confesso que vivo bem. Somos uma família simples de classe média. Minha renda mensal, graças ao meu esforço, à ajuda da minha família, aos amigos próximos e à força superior, é bem maior do que
eu poderia imaginar um dia”.