Nazistas na Amazônia

Entre a foz do Rio Jari, no Amazonas, e sua deslumbrante Cachoeira de Santo Antônio, há uma cruz de madeira, medindo três metros de altura por dois metros de largura, que há alguns anos é explorada como atração turística no Amapá. Debaixo dela jaz o teuto-brasileiro Joseph Greiner, ali sepultado em janeiro de 1936, vitimado pela selva. Feita sacrário, hoje a cruz é protegida por um telhado e encabeçada pelo entalhe de uma suástica – a cruz gamada de origens indo-tibetanas, popularizada como ícone incendiário do nazismo. Lápide improvisada, o necrológio da cruz explica: “Joseph Greiner morreu aqui em 2/1/36, a serviço da pesquisa alemã, vitimado pela febre – Expedição Alemã do Jary, 1935-1937”.

Setenta anos de intempérie se encarregaram de esmaecer um dos pouquíssimos marcos de uma insondável aventura na Amazônia.
[nggallery id=15457]

Meu envolvimento com a história que segue começou em 2003, por meio de uma página encontrada por acaso nas profundezas da internet, intitulada “A rota do nazismo na Amazônia”, em referência ao livro sobre uma misteriosa expedição alemã. Minha primeira reação foi a lembrança da teoria da conspiração tramada no livro A crônica de Akakor (Editora Bertrand, 1977) do correspondente da rádio alemã no Brasil, Karl Brugger – assaltado e assassinado no final de 1983 à saída de um restaurante no Leblon, Rio de Janeiro. Nele Brugger ecoava a invencionice contada nos anos 1970 por um falso índio, de uma “expedição nazista à Amazônia”, ocorrida no final da 2ª. Guerra Mundial – crônica esdrúxula reciclada em 2007 por Steven Spielberg. Plágio bilionário, o cenário apoteótico de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é a “cidade perdida” de Akator, supostamente uma “base subterrânea de nazistas na Amazônia”. No curso destes anos resisti à publicação do que sabia sobre o Jari para não comprometer um projeto cinematográfico há muito acalentado. Contudo, o episódio atraiu o interesse da revista alemã Der Spiegel, cujo correspondente no Brasil resolveu adiantar-se, publicando o livro Das Guyana-Projekt (O Projeto Guiana). Resisti em lê-lo para não me deixar influenciar, mas a publicidade dada ao assunto na Alemanha justifica, agora, a abertura de uma modesta janela no Brasil.

No inferno das selvas
Num sebo da internet encontrei o tal livro sobre a expedição. Folheando-o, dei-me conta que tinha nas mãos a encomenda errada, porque sua edição era a de 1953. Demorei em entender que são duas as versões sobre a aventura no Amapá: uma oficial, de 1953, e outra, de 1938, nem tanto. Publicado pela Deutscher Verlag em 1938, plena ditadura nazista, o livro original Rätsel der Urwaldhölle” – Mistérios do inferno da selva, que eu adquiri mais tarde, tem 60 fotografias a mais que a versão pós-guerra. Suas ilustrações mais escancaradas são duas suásticas: uma, na cabeça da cruz, e outra, tremulando alegremente na popa de uma canoa, sobre o Jari. Símbolo proibido pela constituição democrática alemã, do pós-guerra, as fotos com as suásticas nazistas foram banidas da edição de 1953.

Capricho germânico, o livro é um diário making of do filme homônimo, estreado e distribuído pela Universum Film AG (UfA) em 1938, depois misteriosamente desaparecido. Em seu lugar, surge na década de 1970 o inofensivo documentário Sobre o cotidiano dos índios da selva amazônica – relatos de uma viagem de pesquisas, 1935 – 1937, distribuído pela WBU, produtora de filmes educativos, fundada na década de 1960 pelo geógrafo dublê de documentarista, Otto Schulz-Kampfhenkel.

O apoio brasileiro
Conta a versão oficial da aventura que em outubro de 1935 desembarcam em Belém do Pará três jovens aviadores alemães, acompanhados de 11 toneladas de bagagem, cuja lista e sofisticação extrapolam abusivamente os limites desta crônica. Risível nota de rodapé é que além do inexplicável arsenal trazido, os alemães não abriram mão do conforto, em plena selva amazônica, de cobertores de pelo de camelo e roupa de cama. Eram eles Gerd Kahle, Gerhard Krause e o líder da expedição, Otto Schulz-Kampfhenkel. Ao contrário da informação, falsa, veiculada pela imprensa internacional, Joseph Greiner, sepultado sob a cruz do Jari, não foi integrante do Esquadrão de Pesquisas Schulz-Kampfhenkel, vindo da Alemanha, mas, provavelmente, contratado no Rio de Janeiro. Explica o líder da expedição: “Neste meio tempo Gerd (Kahle) manda um cabo do Pará, informando que lá não é possível encontrar nenhum ‘capataz’. Mas já que eu estou no Rio de Janeiro, tento encontrar algum landsmann (patrício), criado no País e versado em Português. Depois de muito procurar, eis que encontro o sujeito certo: Joseph Greiner, auslandsdeutscher (alemão criado no exterior), jovem marinheiro, empreendedor e confiável, que se soma como quarto integrante ao nosso grupo expedicionário, onde terá a função de mestre-bagageiro, capataz e encarregado das provisões. Contratado, ele embarca no primeiro navio de cabotagem rumo ao norte, no Pará”. (Rätsel der Urwaldhölle, Berlim, 1953.)

Antes de receber a permissão para subir o Jari, Schulz-Kampfhenkel gastou mais de dois meses com extenuantes despachos aduaneiros e expedientes burocráticos no Rio de Janeiro. Credenciado pelos mais prestigiados institutos de pesquisa e museus de história natural da Alemanha, Schulz-Kampfhenkel conseguiu facilmente a adesão do Instituto Emilio Goeldi, em Belém, e do Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Contudo, o apoio mais importante seria o das Forças Armadas brasileiras, que em 1935 ainda não estavam divididas em facções pró-Alemanha e pró-EUA. Por isso, em Belém, o governador José Carneiro da Gama Malcher e o general Manuel de Cerqueira Daltro Filho prestigiaram o comando alemão com sua visita.

Os alemães retribuíram a gentileza com um teste do hidroavião modelo “Seekadett”, burlescamente batizado de “Águia Marinha”, especialmente equipado com flutuadores de compensado e instrumentos de navegação, tudo inédito para os embasbacados dignatários brasileiros. Talvez o entusiasmo brasileiro se devesse à expectativa de lucrar com o componente mais importante da missão: o levantamento topográfico da bacia do Jari até suas cabeceiras, mapeamento até então inédito, mas previsto nos mínimos detalhes pelo geógrafo Schulz-Kampfhenkel.

Expedições nazistas
A expedição ao Jari coincidiu com um capítulo insólito da história do nazismo. Chefe de um “Estado dentro do Estado” – o famigerado Departamento Central de Segurança do Reich, subordinado à SS -, o sombrio e esotérico Heinrich Himmler tinha uma obsessão: acreditava na fantástica “civilização de Atlântida”, cujos descendentes, “de raça pura”, presumiu no Tibet e na América do Sul. Na origem de seu esoterismo estavam “ariósofos” sinistros, antissemitas e também seu fascínio pelas pesquisas do mitologista Otto Rahn, sobre as fabulações do Santo Graal. Reciclando o Santo Graal como mistério pagão para a SS, Himmler inaugurara uma série de expedições para os recônditos do planeta, onde seus homens deveriam encontrar vestígios genéticos da “raça ariana”.

Em 1934 Himmler indica o jovem geógrafo Otto Schulz-Kampfhenkel, recém-filiado ao partido nazista NSDAP, como participante da primeira expedição alemã ao Tibet. Otto não embarcou e safou-se de uma tragédia, pois a maioria dos integrantes morreu na Nanga Parbat, depois do Everest, a nona montanha mais alta do mundo. A terceira expedição alemã, ocorrida em 1939, celebrizou-se com o livro Sete anos no Tibet, de Heinrich Harrer, oficial da SS (protagonizado por Brad Pitt, no filme de Jean Jacques Annaud). Outra expedição de Himmler teria como destino a Amazônia, mas ocorreu apenas na imaginação fértil das confrarias esotéricas. Himmler e Schulz-Kampfhenkel voltariam a se encontrar, mas quem patrocinou a expedição ao Jari, como mentor do geógrafo, foi Hermann Göring, aviador durante a Primeira Guerra Mundial na esquadrilha de Manfred von Richthofen, o Barão Vermelho, logo promovido a ministro da Aeronáutica de Hitler. Muito bem articulado com o complexo industrial-militar e os grandes bancos alemães, Göring já apadrinhara expedições anteriores de Schulz-Kampfhenkel, aviador como ele, e mais uma vez abriu-lhe as portas para a expedição ao Rio Jari.

Berlinense de origem abastada, Schulz-Kampfhenkel estudara geografia e ciências naturais, especializando-se na caça de animais africanos para jardins zoológicos alemães. Mas do que gostava mesmo era de voar. Com sua paixão pela zoologia, em 1934 participou ativamente da “arianização” ocorrida na DGS (Sociedade Alemã de Pesquisas em Mamíferos) – centro de excelência mundial. Como a maioria dos militares alemães, o geógrafo se insurgiu contra o Tratado de Versalhes, imposto aos alemães por sua derrota na Primeira Guerra Mundial, e que, entre outras retaliações, lhes proibia pesquisas científicas no exterior. Schulz-Kampfhenkel não via a hora de violar o tratado com sua expedição ao Jari.

Contra a correnteza
Jari, final de 1935. Apesar da contratação de uns 30 caboclos-mateiros, familiarizados com a selva, foi uma operação tumultuada. Que o Jari era um imenso tapete pedregoso, repleto de cachoeiras, sem superfície de pouso para o hidroavião, era detalhe que os alemães já intuíam, apostando em condições mais apropriadas rio acima.

Enquanto Gerd Kahle, no comando da expedição, desafiava a lei da gravidade, forcejando contra a correnteza, na retaguarda Schulz-Kampfhenkel e Gerhard Krause chocaram os flutuadores do “Águia Marítima” contra toras de árvores submersas, entre Gurupá e Arumanduba, e o hidroavião espatifou-se sobre o Amazonas. Agarrados a um dos flutuadores, a mais de um quilômetro da margem amapaense do Amazonas, os dois alemães estavam sendo arrastados pela maré. Foram salvos por remadores caboclos, que Schulz-Kampfhenkel louva como “heróis da selva”. Estava gravemente comprometido o principal objetivo da expedição: o mapeamento aéreo da bacia do Jari.

Barcos sobrecarregados e rio raso demais, o geógrafo determina a instalação de subacampamentos, dividindo sua equipe. O inverno amazônico se aproximava, chovia copiosamente. Explorando um rio, Schulz-Kampfhenkel foi surpreendido por uma súbita enchente, perdendo seu barco com todo o equipamento – câmeras, material de cartografia, armas, provisões e roupa. Durante uma semana errou sozinho pela selva. Foi resgatado e safou-se da morte pela segunda vez.

Em janeiro de 1936 alcançaram a grande aldeia dos índios Aparaí, no médio Jari. O capataz e mestre-bagageiro Joseph Greiner desce novamente o rio, para apanhar as provisões guardadas em Santo Antônio. Mas os índios que o acompanhavam retornaram sozinhos. Krause, o mecânico do avião e operador de som, saiu em seu encalço, mas não conseguiu salvá-lo. Então Krause o sepulta, ergue aquela cruz de madeira e faz os entalhes legíveis até hoje. Depois envia uma mensagem ao comando da expedição, na aldeia Aparaí, informando que, surpreendentemente, o estoque de quinina de Greiner estava intocado. Ele não havia tomado um comprido sequer, obviamente confiando exageradamente na “imunidade” do seu organismo.

No “inferno verde”
Tudo indicava que o lendário Curt Nimuendaju Unkel, alemão que vivia em Belém e era ligado ao Instituto Emilio Goeldi, havia sido convidado para guiar a expedição, e neste caso poderia ter evitado grande parte do descalabro. Mas Schulz-Kampfhenkel menciona com frieza seu encontro com o indigenista conterrâneo, provavelmente porque Nimuendaju desprezava o nazismo. Desde 1910 ele atuava no recém-fundado Serviço de Proteção ao Índio (SPI), mas entraria para a história do cinema como consultor de pelo menos quatro produções cinematográficas na Amazônia.

Aliás, o “inferno verde” parecia dar o troco, cobrar tributos por velhos pecados alemães, jamais expiados. Como o caso dos índios levados em 1820 para a Alemanha pelo naturalista Carl Friedrich Phillip von Martius: três adultos faleceram durante a travessia do Atlântico, e os dois curumins Isabella Miranha e Yuri Comás estão sepultados no Cemitério Sul de Munique. Morreram de frio durante o inverno de 1820 /21. Outra aberração: os crânios dos índios Botocudos, caçados por exploradores alemães, entre eles o príncipe Maximilian zu Wied, para compor o macabro acervo dos darwinistas de plantão – prática absolutamente dentro da etiqueta, pois ninguém menos que D. Pedro II, durante uma visita à Alemanha, tirou da bagagem, de presente, um crânio de silvícola.

Mas eram exatamente esses melindres que atiçavam o frenesi alemão, atraindo mais de 20 produções cinematográficas alemãs à Amazônia, entre 1920 e 1941. Sua maioria explorava a forte demanda por enredos exóticos. Com uma exceção: o longa-metragem de ficção Kautschuk / O inferno verde, inspirado no emblemático episódio do contrabando de 70 mil sementes de seringueira pelo agente britânico Henry Wickham, em 1870. Com um set de mais de 60 pessoas em plena selva amazônica, a produção ocorreu na mesma época em que Schulz-Kampfhenkel se penitenciava no Jari.

Os Aparaí do “Führer”
Era 1936, ano das Olimpíadas em Berlim, Schulz-Kampfhenkel não estava interessado em cultura, apenas em “raça”. Insensíveis à religiosidade Aparaí, os alemães abateram e descarnaram uma enorme sucuri, que nadava à flor d’água e não os ameaçava, juntando seu couro ao butim de centenas de peles, crânios, ossos, dentes, plumagens e órgãos conservados em álcool, prometidos aos museus de ciências naturais da Alemanha. Mas não havia ali ciência alguma, o galpão “científico” dos alemães mais se assemelhava a um gigantesco açougue. Apesar disso, o relacionamento com os hospitaleiros Aparaí foi mais do que pacífico: índios e alemães tornaram-se muito bons amigos. Os indígenas naturalmente não entendiam os objetivos do alemão. A sexualidade brotou entre hóspedes e anfitriões. Mas, obviamente, não há nos livros de Schulz-Kampfhenkel qualquer pista de seu envolvimento com a formosa Macarrani, filha do cacique Aocapotu. Assumi-la teria significado admitir a inadmissível fraqueza da carne germânica, “superior”, e uma traição da doutrina racial, cujo rosário o alemão desfiava com fervor. Ao despedir-se dos Aparaí em 1937, o alemão deixou para trás uma mulher grávida. Sua filha, nascida entre 1937 e 1938, foi batizada de Cessé, também conhecida por “alemoa”: tinha a tez clara e os olhos azuis de seu pai “ariano”. Contou-me Cristóvão Lins, ilustre pesquisador e autor da História do Jari, que pouco tempo atrás morreu José Pinheiro, líder dos caboclos de Schulz-Kampfhenkel. Com isso foi-se a última testemunha viva do nascimento de Cessé.

Operação Guiana
Início de 1937, perto da Guiana Francesa. Os alemães não tinham cruzado o Atlântico com toda aquela parafernália para testar bobagens. O que Schulz-Kampfhenkel queria experimentar era a aerofotogrametria, técnica que revolucionou a cartografia moderna. Já com o avião fora de combate, teve de se contentar com suas medições feitas em terra. Apesar de extenuados “seus” índios e caboclos, o alemão insistiu teimosamente em mapear as cabeceiras do Jari, a pouca distância da Guiana Francesa. O mapa da fronteira era a chave de ouro para fechar seu plano da colonização do território francês por grandes contingentes alemães, apoiados numa forte “coluna indígena”. Com a invasão da França pela Alemanha, em junho de 1940, o geógrafo não teve dúvidas: submeteu-o a Heinrich Himmler. Recomendou a selva (do Amapá e da Guiana Francesa) como território privilegiado pela natureza, com baixíssima densidade demográfica, excelente para a exploração como “colônia tropical”, que “não deveria ficar nas mãos de povos, que, comparados à Alemanha ou à Inglaterra, são inferiores, do ponto de vista racial e civilizatório”. Porém, o chefe da SS repeliu a idéia com uma aritmética muito simples: para quê todo o esforço hercúleo, de subir o Jari, se a França estava sendo ocupada e a Guiana Francesa seria “alemã” por tabelinha?

O espião do Saara
No início dos anos 1940 a “operação Guiana” era página virada da história. O “Esquadrão Schulz-Kampfhenkel” – integrado por geólogos, geógrafos, hidrólogos e botânicos, e devidamente incorporado à SS – leva a cabo uma missão especial no norte da África. O grupo deverá produzir mapas para a avaliação de terreno, o que faz com incursões rápidas e mediante a cartografia aérea. É quando o expedicionário do Jari vive seus dias de glória: da cabine de seu avião, Schulz-Kampfhenkel mapeia o relevo do Saara, para determinar as trilhas apropriadas aos pesados blindados do Afrika-Korps do marechal Erwin Rommel.

Chamado de volta à Alemanha e promovido a capitão da SS em maio de 1943, Otto é nomeado “Delegado Especial para Missões Geocientíficas do Conselho de Pesquisas do Reich”, executando operações de inteligência geográfica sobre o território da União Soviética. Mas, perdida a guerra, ele foi preso pelas tropas norte-americanas e duramente interrogado pela OSS, precursora da CIA. Com o “desmanche” da Alemanha, os EUA levaram consigo milhares de técnicos e cientistas. E apesar de liberado em 1946, o geógrafo-aviador continuou figurando como “nazista a serviço da inteligência militar norte-americana”, na letra “S” do arquivo “Top Secret decimal file, Records of Army General Staff, RG 319, NA”, tornado público há poucos anos.

Otto Schulz-Kampfhenkel, o “nazista da Amazônia”, terminou seus dias levando a vida que tinha pedido a Deus. Viajando, dirigiu dezenas de documentários educativos e científicos. Conta-me Falko Ahsendorf – diretor de fotografia em várias produções de Otto sobre a África e o Oriente Médio, nas décadas de 1960 e 1970 – que Mistérios do inferno selvagem, o filme sobre a expedição do Jari, estreado em 1938, tornou “próspero” o geógrafo-aviador, morto em 1989, aos 78 anos de idade. Mas de seu pai rico, a índia Cessé Schulz-Kampfhenkel nada sabia. E é onde começa outro filme sobre a aventura, agora contada de trás para frente.

*Frederico Füllgraf é Mestre (MA) em Comunicação Social pela FUB – Universidade Livre de Berlim e ex-aluno da DFFB – Academia Alemã de Cinema e Televisão, também em Berlim. É escritor (A bomba ‘pacífica’- o Brasil e outros cenários da corrida nuclear, Brasiliense, 1988), roteirista e diretor de cinema, e desde 1985 atua como produtor associado da ARD (TV Alemã, Canal 1). Selecionado pelo MinC para a edição 2006 do projeto DOC TV, sua produção mais recente é Maack, profeta pé na estrada, estreado pela TV Cultura, em 2007. Seu mais novo projeto é o livro O cinema do inferno verde, atualmente em processo de criação para a editora Record


Comments

11 respostas para “Nazistas na Amazônia”

  1. Avatar de Felipe Vieira
    Felipe Vieira

    Se os nazistas tivessem conquistado , o território . Muitas coisas seriam diferentes .
    https://youtu.be/-alvwUvZhoY

  2. Avatar de Marcelo W.P.Santana
    Marcelo W.P.Santana

    Sensacional Artigo, parabéns
    Sou Amapaense e vi de perto a cruz e fiz o caminho que os Alemães fizeram pelo foz do rio Jarí.
    Sabia da história e fiquei mais feliz em saber que o artigo esclarece essa duvida de “expedição cientifica”.

  3. Avatar de Paulo Pinheiro
    Paulo Pinheiro

    Fiquei impressionado com os detalhes dessa expedição. Coincidentemente, não sei, no meu município, São João de Pirabas, no nordeste do Pará, na década de 1930 um alemão mandou construir dois casarões de pedra, um fica na sede, outro em uma ilha de difícil acesso até bem pouco tempo. Narrativas contam que esse alemão era alquimista, e que supostamente em uma das casas, o alemão de nome Messias Neyrão atendia os soldados alemães na segunda guerra mundial.
    Os motivos que trouxeram a família Neyrão, parecem muito como os de Kampfhenkel.
    Fantasia ou não, as duas casas ainda resistem ao tempo.
    Se alguém se interessar pela história, podemos estabelecer contato pelo e-mail: pinheirokgr@gmail.com

  4. Avatar de heraldo elias montarroyos
    heraldo elias montarroyos

    sensacional a pesquisa, inédita, revolucionária para a história do nazismo e da Amazônia. parabéns e gostaria de entrar em contato com o autor do artigo.
    Da minha parte, também vou divulgar pela primeira vez, aproveitando essa oportunidade, alguns dados da minha pesquisa há 20 anos atrás sobre o nazismo no Pará, onde descobri fatos igualmente espetaculares:
    1-Veio para Belém, em 1934-35, uma expedição da UFA, fazer um filme sobre os índios amanajás, no rio Moju
    2-a expedição tinha um brasileiro paraense, um tal Gurgel
    3-a expedição teve problemas e críticas da sociedade, e de alguns participantes que acusaram a expedição de ser uma espionagem
    4-o filme foi realizado, mas a imprensa ressaltou que se tratava de mostrar a inferioridade dos selvagens
    5-nessa época existiam muitos alemães na capital e interior, por exemplo, Santarém e nordeste do estado
    6-quando eclodiu a segunda guerra, essas famílias foram apedrejadas e perseguidas e isoladas no campo de concentração junto com japoneses na cidade de Tomé-açu, Pará
    7-Na época da amizade com o Brasil, tinha um clube nazista com muitos sócios, que a imprensa local de Belém estampou falando das reuniões, com fotos dos membros e da suástica, num prédio que ficava ao redor ou no mesmo terreno do atual MInistério Público, perto do prédio do Corpo de Bombeiros, no bairro Cidade Velha de Belém
    8-Existem vários relatos de espiões nazistas operando na época em que Belém fazia alojamentos para proteção de ataques de aviões, no meio da av. Presidente Vargas de Belém
    9-Há registros e suposto resto de um navio ou submarino de origem alemã em Soure, na ilha de Marajó
    10-Soube também, ouvindo uma personalidade local da ilha do Marajó, em Soure, que essa mesma personalidade teria conhecido o tio de Eva Braun, na cidade de Maracanã, onde a própria Eva Braun teria se hospedado na casa de seu tio que então morava no nordeste do estado do Pará. Eva Braun teria estado no Pará antes de conhecer Hitler, mas também fica a duvida se foi depois da segunda guerra visto que existem especulações “fantasiosas” de que ela e Hitler teriam sobrevivido e se dirigido para a Argentina!!!!
    11-além disso, soube que o grande maestro paraense e amazônico Waldemar Henrique talvez pertenceria – talvez- ao clube nazista antes de acontecerem as atrocidades na Alemanha, e ainda na legalidade do tempo Vargas
    12-Waldemar Henrique teria sido diretor do Teatro da Paz em Belém, nos anos 30
    12.i se isso for verdade, que ele foi diretor, aumenta a possibilidade de ele mesmo ter incluido no chão ou assoalho de madeira do Teatro da Paz a suástica nazista em local de grande movimentação do público e até hoje existente mas despercebida pelo público que vai ver os espetáculos na cidade de Belém.
    Todas essas informações foram obtidas em uma pesquisa inédita em fontes primárias que realizei e nunca havia divulgado, como agora acabo de fazer. E faço isso com o fascínio do texto do pesquisador que li sobre a expedição ao rio Jari
    Heraldo MONTARROYOS, brasil
    pesquisador, historiador, cientista político

  5. Avatar de heraldo elias montarroyos
    heraldo elias montarroyos

    sensacional a pesquisa, inédita, revolucionária para a história do nazismo e da Amazônia. parabéns e gostaria de entrar em contato com o autor do artigo.
    Da minha parte, também vou divulgar pela primeira vez, aproveitando essa oportunidade, alguns dados da minha pesquisa há 20 anos atrás sobre o nazismo no Pará, onde descobri fatos igualmente espetaculares:
    1-Veio para Belém, em 1934-35, uma expedição da UFA, fazer um filme sobre os índios amanajás, no rio Moju
    2-a expedição tinha um brasileiro paraense, um tal Gurgel
    3-a expedição teve problemas e críticas da sociedade, e de alguns participantes que acusaram a expedição de ser uma espionagem
    4-o filme foi realizado, mas a imprensa ressaltou que se tratava de mostrar a inferioridade dos selvagens
    5-nessa época existiam muitos alemães na capital e interior, por exemplo, Santarém e nordeste do estado
    6-quando eclodiu a segunda guerra, essas famílias foram apedrejadas e perseguidas e isoladas no campo de concentração junto com japoneses na cidade de Tomé-açu, Pará
    7-Na época da amizade com o Brasil, tinha um clube nazista com muitos sócios, que a imprensa local de Belém estampou falando das reuniões, com fotos dos membros e da suástica, num prédio que ficava ao redor ou no mesmo terreno do atual MInistério Público, perto do prédio do Corpo de Bombeiros, no bairro Cidade Velha de Belém
    8-Existem vários relatos de espiões nazistas operando na época em que Belém fazia alojamentos para proteção de ataques de aviões, no meio da av. Presidente Vargas de Belém
    9-Há registros e suposto resto de um navio ou submarino de origem alemã em Soure, na ilha de Marajó
    10-Soube também, ouvindo uma personalidade local da ilha do Marajó, em Soure, que essa mesma personalidade teria conhecido o tio de Eva Braun, na cidade de Maracanã, onde a própria Eva Braun teria se hospedado na casa de seu tio que então morava no nordeste do estado do Pará. Eva Braun teria estado no Pará antes de conhecer Hitler, mas também fica a duvida se foi depois da segunda guerra visto que existem especulações “fantasiosas” de que ela e Hitler teriam sobrevivido e se dirigido para a Argentina!!!!
    11-além disso, soube que o grande maestro paraense e amazônico Waldemar Henrique talvez pertenceria – talvez- ao clube nazista antes de acontecerem as atrocidades na Alemanha, e ainda na legalidade do tempo Vargas
    12-Waldemar Henrique teria sido diretor do Teatro da Paz em Belém, nos anos 30
    12.i se isso for verdade, que ele foi diretir, aumenta a possibilidade de ele mesmo ter incluido no chão ou assoalho de madeira do Teatro da Paz a suástica nazista em local de grande movimentação do público e até hoje existente mas despercebida pelo público que vai ver os espetáculos na cidade de Belém.
    Todas essas informações foram obtidas em uma pesquisa inédita em fontes primárias que realizei e nunca havia divulgado, como agora acabo de fazer. E faço isso com o fascínio do texto do pesquisador que li sobre a expedição ao rio Jari
    Heraldo MONTARROYOS, brasil
    pesquisador, historiador, cientista político

  6. dizem que era uma mossao a um ponto do amapa que estavam explorando um local ermo para um teste de uma bomba revolucionaria. Informacao coletada em um livro encontrado em sebo de berlim.

  7. Avatar de Fabrício Serrão
    Fabrício Serrão

    Tenho 16 anos sou do municipio de Laranjal do Jari – AmaPá. Nele a qual me orgulho.. desde criança ouvir os meus pais falando sobre esses tais alemães, tenho minhas duvidas e curiosidades sobre Jari.
    Se voce poder me enviar outros artigos á respeito eu agradeço
    . o meu e-mail: ffabricioosf@gmail.com

  8. Avatar de Antônio Nuñez
    Antônio Nuñez

    Qq 1 pode pegar 1 bandeira nazista por em 1 barco e tirar fotos .

  9. Avatar de Artur Cerqueira
    Artur Cerqueira

    Que história sensacional, não conhecia nem 1% dela. Parabéns pelo artigo, gostei muito.

  10. Belo artigo, muito interessante.

  11. Avatar de Valdiwilson Monteiro
    Valdiwilson Monteiro

    Não poderia me eximir de parabenizar por tão belo artigo!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.