O papel da mídia na crise

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Além da crise política, há mais uma batalha em andamento – a da informação. Como agiu a imprensa brasileira na crise que levou ao processo de impeachment contra o governo Dilma? Brasileiros entrevistou analistas de mídia e jornalistas para discutir se houve ou não um alinhamento anti-Dilma da imprensa tradicional ou se a cobertura foi equilibrada. Boa parte dos entrevistados sustenta que os grandes veículos tomaram posição, enviesaram a pauta e optaram por manchetes retumbantes, cuja leitura nem sempre sustenta o primeiro impacto. O jornalista Mino Carta, da CartaCapital, já em janeiro criticava esse posicionamento. “Falta o respeito à verdade factual e tudo é servido sob forma de acusação em falas e texto elaborados com transparente má-fé. Na sua forma e conteúdo, a mídia nativa age como um partido político”, escreveu. Na visão de Eugênio Bucci, jornalista e professor da Universidade de São Paulo, a cobertura da crise política apresentou sim um desequilíbrio, mas que não pode ser entendido como uma tomada de posição em bloco para tirar Dilma e o PT do poder.

Aos olhos de parte da mídia internacional, o impeachment preocupa. Para o correspondente Dom Phillips, do jornal americano The Washington Post, a imprensa estrangeira tem questionado a credibilidade do processo de impeachment. “Especialmente por causa da corrupção no Congresso, que controla esse processo”, diz ele. Nessa linha, dois dias antes da sessão de votação do processo de abertura do impeachment, em 17 de abril, o The New York Times alertava que Dilma seria “julgada por uma gangue de ladrões”. O inglês The Guardian também foi incisivo. Em editorial de 18 de abril, considerou o processo de impeachment “uma tragédia e um escândalo”. Três dias depois, um artigo de David Miranda, no The Guardian, afirmava que a mídia nacional, liderada pelos múltiplos braços das Organizações Globo, gastou meses incitando protestos contra Dilma e anunciando o impeachment como um ataque nobre à corrupção. João Roberto Marinho, dirigente das Organizações Globo, respondeu que o jornal pintou um quadro falso do que acontece no Brasil.

À espera do voto do Senado, a cobertura internacional se volta para o vice-presidente, Michel Temer, que pode assumir o cargo. “Até mesmo contra Temer correm investigações e um impeachment contra ele também está pendente”, publicou o jornal alemão Spiegel Online. Para o analista de mídia Luciano Martins Costa, a imprensa internacional defende a democracia porque sabe que o funcionamento da economia depende de credibilidade institucional do País.

“A mídia brasileira legitimou o golpe”

João Feres Júnior, cientista político, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e coordenador do Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública, que abriga o site de monitoramento Manchetômetro

Não se pode explicar o golpe de 2016 no Brasil sem a mídia. Seu protagonismo se deu na construção paulatina e cuidadosa da legitimidade do golpe perante sua audiência. A cobertura foi ideologizada, politizada e mostrou-se mais preocupada em criar impacto e manipular a opinião pública do que em no­­­ti­­ciar os fatos. Os dados do acompanhamento diário feito pelo Manchetômetro desde 2014 evidenciam esse posicionamento. Houve muita opinião e muita notícia carregada de opinião.

Na verdade, já identificamos uma abordagem anti-Lula e anti-Dilma durante a campanha de 2010, quando iniciamos um estudo acadêmico da cobertura da Folha, Estado e Globo. Nesse período, houve dez vezes mais referências a escândalos ligados ao PT do que ao PSDB nos jornais. Em 2014, quando começamos a publicar diariamente análises das notícias de política e economia do dia anterior já no Manchetômetro, vimos que a cobertura era extremamente negativa e sempre associada ao governo, ainda que o País não estivesse em crise econômica. E se antes da eleição a cobertura da presidente Dilma já era muito negativa, passou a ser ainda pior no período eleitoral. 

Para testar a tese defendida por muitos editores e jornalistas de que a mídia é o cão de guarda da sociedade (em inglês, watchdog) e, portanto, sempre crítica ao governo, voltamos ao ano de 1998 e analisamos as capas dos jornais daquele período eleitoral. Por que 1998? Naquele ano, o então presidente Fernando Henrique Cardoso concorria à reeleição, assim como Dilma em 2014. Os partidos eram os mesmos, mas com papéis trocados: PSDB era situação e PT oposição. O ambiente econômico era pior do que 2014, com mais inflação e desemprego. Os dados mostraram que o FHC teve mais menções positivas do que o candidato Lula, que nunca tinha sido presidente. Concluímos que, naquela época, também, a mídia não se comportou como um cão de guarda. 

Alguns autores acadêmicos, talvez influenciados pelo marxismo, tendem a fazer uma leitura economicista desse posicionamento da mídia, explicando seu comportamento pelo interesse econômico das empresas. Mas esse fenômeno não pode ser compreendido por um só aspecto e envolve combinação de interesses empresariais, ideológicos e de classe. Também é fato que famílias proprietárias das grandes empresas de comunicação no Brasil militam todas no mesmo lugar do espectro ideológico, estão do mesmo lado na política. Assim, a despeito de uma pluralidade de meios, praticamente existe apenas uma versão das coisas. Falta ao Brasil uma mídia com competência técnica, que seja, ao mesmo tempo, progressista, de esquerda democrática. Alguns blogs já fazem um trabalho desse tipo, mas não têm escala para fazer frente às grandes empresas e disputar audiência.

“Houve desequilíbrio na cobertura”

Eugênio Bucci, professor da Escola de
Comunicações e Artes da USP e jornalista

A cobertura da imprensa (não gosto de usar o termo mídia como sinônimo de imprensa) do processo de aprovação do impeachment apresentou um desequilíbrio. Falando de maneira geral – o que já é um prejuízo metodológico –, os veículos mais tradicionais, mais conhecidos da imprensa no Brasil, deram mais voz para os argumentos pró-impeachment do que aos argumentos contra o impeachment. No entanto, isso não significa que a imprensa tenha feito uma cobertura partidarizada, como querem alguns, ou que esse tema possa ser abordado de maneira panfletária. Digo isso porque tem me preocupado uma espécie de unanimidade em formação sobre o alinhamento dos grandes veículos, todos juntos em um complô, o que me passa uma leitura apressada da situa­ção da imprensa.

Os grandes jornais não estão todos sob o mesmo guarda-chuva, o que é uma visão apriorística. A Folha de S. Paulo defende a renúncia de Dilma e de Temer e a convocação de novas eleições. O Estado acha que o impeachment pode ser uma solução.
Para problematizar ainda mais, como encaixar nesse contexto a defesa da presidente Dilma feita pelo ator Zé de Abreu no programa do “Faustão”, no domingo, 24, durante cerca de três blocos? Se a TV Globo está em campanha contra o impeachment, como isso aconteceu? Quanto ao Jornal Nacional, eu mesmo já tive a sensação de que o centro do enunciado contemplava com estranheza as posições de defesa do governo, mas foi também lá que vi Chico Buarque explicar que #naovaitergolpe, entre outros. Minha percepção é de que a divisão do tempo está equilibrada e isso deve ser reconhecido.
Mas se a tese do desequilíbrio prosperar e se comprovar, a confiança nesses veículos tende a cair, assim como seu valor. E quem mais perderá com isso será a imprensa. Ela não pode se expor ao risco de a sociedade achar que promete uma coisa e entrega outra. Essa quebra da credibilidade é uma das minhas maiores preocupações.

A terceira problematizacão aborda a ideia de que a imprensa manipula. Pode ser que o jornalismo distorça fatos e argumentos, mas não é necessariamente verdade que o País inteiro acredita nessa narrativa. O fato de um segmento dos órgãos de imprensa adotar uma posição não quer dizer que o conjunto da sociedade vai seguir aquela posição.

Assim, atribuir à imprensa a responsabilidade pelo processo de impeachment ter sido admitido pela Câmara dos Deputados é dar à imprensa um poder que ela não tem. Se tivesse, Lula talvez não fosse eleito presidente da República em 2002 e reeleito em 2006 e Dilma não seria eleita em 2010 e reeleita em 2014. Tudo isso mostra quanto o debate sobre o papel da mídia é marcado por sutilezas e deve ser feito sem arroubos.

“Uma imprensa conservadora e sexista”

Carolina Matos, professora da City University London e ganhadora
do prêmio Jabuti de 2014 com o livro Mídia e Política na América  Latina – Globalização, Democracia e Identidade, categoria Comunicação

A mídia brasileira é extremamente conservadora. Muitos achavam, inclusive eu quando escrevi Jornalismo e Política Democrática no Brasil, que ela havia melhorado após a redemocratização, na década de 1990. Porém, nos últimos anos, houve um retrocesso e um fortalecimento do partidarismo, a ponto de muitos compararem a mídia brasileira a uma grande Fox News. No último índice de liberdade de imprensa global da organização Repórteres Sem Fronteiras, o Brasil caiu para o 104º lugar em um ranking de 180 países. Já ocupamos a 58ª posição em 2010.

O que se vê é que a mídia brasileira (há exceções, claro) tem atuado na oposição às políticas públicas voltadas para a melhoria de vida da população, criando mitos e ódio em torno do Bolsa Família, das cotas e da inclusão social. Atacou de forma pesada Lula, Dilma e o PT, pintando-os como os únicos corruptos do Brasil, verdadeiros emônios do mal. No caso da Dilma, soma-se ainda o sexismo: ela não foi a única presidente a enfrentar popularidade baixa e problemas econômicos. Sarney e FHC também passaram por situações semelhantes, mas nem por isso tiveram de conviver com tanto ódio.
O cenário atual, de ausência de um debate mais aprofundado na sociedade brasileira, é um dos reflexos dessa mídia. É obrigação da imprensa contribuir para a democracia e apresentar as visões complexas da realidade. Não existem “good guys” e “bad guys” e é o acesso à informação plural e de qualidade que permitirá às pessoas agir de forma mais racional, com menos “ódio”, e participar do debate público de modo maduro e sereno.

“Com a atual conspiração, a imprensa tradicional rompeu com a sociedade”

 Luciano Martins Costa, analista de mídia há mais de 14 anos
e autor do blog Nas Entrelinhas da Imprensa, na Brasileiros

Mas isso não é de agora. O protagonismo contra os governos de Lula e Dilma vem de muito tempo. Desde 2012, por exemplo, via-se uma intenção de destruir a imagem de Lula, mostrando-o inabilitado para exercer a Presidência.

O que define esses posicionamentos? A mídia tradicional nunca se conformou com a chegada do PT ao governo. Ela é formada por empresas familiares com posição política muito conservadora e está habituada a exercer o mando, o poder político e econômico. Além disso, nos anos 1990, essas empresas familiares donas dos jornais e grandes editoras deixaram de concorrer entre si. Como? Formaram uma espécie de oligopólio, funcionando como uma empresa só. A Globo é sócia da Folha no jornal Valor Econômico; a Folha é sócia do Estado na distribuidora e por aí vai. Formam uma organização conservadora e hegemônica que sempre se beneficiou do Estado, usando-o como fonte de recursos e benesses. Na virada dos anos 2000, por exemplo, houve negociações durante o governo FHC para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ajudar a Globo a se livrar de dois pesos enormes, a Net e a Sky, e aliviar seu endividamento. Graças a esse esforço e a um conjunto de manobras legais (ainda que imorais), a Globo se manteve em pé e recuperou seu equilíbrio financeiro.  

Quando Lula assumiu, em 2002, logo se tornou o inimigo público número 1 dessa imprensa tradicional. Seus projetos para forjar uma economia centrada no interesse social não condiziam com o modelo vigente. Por que reportar como os programas de apoio ao pequeno agricultor e o compromisso de abastecer as escolas das cidades próximas e presídios modificaram a estrutura de produção? Estive em vários seminários internacionais, em São Paulo mesmo, que avaliaram o resultado dessas ações, mas jamais encontrei editores ou repórteres de economia da mídia tradicional.

Mas independentemente da cobertura tendenciosa do processo político, o projeto de poder conduzido pela mídia não representa há muito tempo a complexidade social que vivemos. E agora, com a atual conspiração, ela rompeu com a sociedade e está tentando transformar as antigas minorias silenciosas em uma minoria ruidosa, usando-a como se fosse o clamor popular. Se perder o impeachment, não só deixa o vice-presidente e muitos políticos em situação insustentável, mas a si mesma. É um capitulo vergonhoso da história do Brasil, escrito com letras grandes pela imprensa tradicional.

Não há mais uma relação orgânica entre imprensa e jornalismo, no que se refere a esses veículos, porque eles se transformaram em panfletos de propaganda de um projeto fascista de poder, que se desenvolve pela manipulação de valores básicos das classes médias urbanas, que imaginam estar participando de um movimento pela moralização dos negócios públicos. Esses formam o exército dos midiotas mobilizados pela imprensa hegemônica.  

Como se comportam os países em relação à liberdade de imprensa? 

Conheça os dados do relatório da organização internacional Repórteres sem Fronteiras (RSF). Divulgado em abril, o índice RSF, que indica a Finlândia na 1ª posição, considera a pluralidade de meios de comunicação, a independência da mídia, a transparência governamental, a legislação e a violência contra jornalistas para cravar sua classificação 

ALEMANHA
16ª posição
Dois terços da população alemã
leem jornais regularmente, mais
de 86% dos leitores estão conectados à internet, há mais
de 300 diários e 20 semanais em circulação e os jornais
regionais possuem grande influência. Segundo o relatório
da organização Freedom House, a multiplicidade de fontes
de informação permite ao leitor ter acesso a vários pontos
de vista. Em seu relatório, a RSF alerta para o risco de ataques por ativistas de extrema direita. Desde 2014, por exemplo,
o grupo islamofóbico e xenofóbico Pegida ameaça
e persegue jornalistas. Outra questão é uma lei antiterrorista de 2009 que autoriza operações policiais de vigilância clandestina. Em agosto de 2015, dois jornalistas que publicaram documentos sobre um desses programas
de vigilância cibernética no noticiário Netzpolitik.org
foram acusados de traição e suas fontes, investigadas.

REINO UNIDO
38ª posição
A previsão é de que 2016 seja um ano de teste para a mídia britânica. O país deve votar pela permanência ou não na União Europeia, uma decisão histórica que exigirá da mídia reflexões profundas sobre
os possíveis impactos da proposta. Porém, uma análise feita
pelo grupo Media Reform Coalition em 2015 mostra que
o cenário atual britânico não é exatamente um paraíso para
a pluralidade. Apesar de mais de mil jornais em circulação, apenas duas corporações – a News Corp, do magnata australiano Rupert Murdoch, e o grupo Daily Mail – controlam 60% da circulação dos jornais britânicos. O Reino Unido
é ainda o império dos tabloides, reconhecidos pela cobertura politicamente tendenciosa e sensacionalista. Outro elemento controverso quando o assunto é liberdade de expressão
é o Terrorism Act, lançado após os ataques terroristas
ao metrô de Londres em 2005. Um exemplo recente dos
possíveis excessos com a aplicação dessa lei foi a apreensão
do laptop do jornalista da BBC Secunder Kermani, famoso
no país por suas reportagens sobre o Estado Islâmico.

ESTADOS UNIDOS
41ª posição
Mais de 1.300 publicações diárias
e corporações poderosas dão a cara da imprensa americana (News Corp, Comcast Corporation, Century Fox, The Walt Disney Company, CBS Corporation
são alguns exemplos). A RSF alerta que, sob a bandeira
do combate ao terrorismo, o governo deflagrou uma guerra aos “informantes” e “vazamentos à imprensa” e houve aumento
da vigilância, da espionagem e de operações clandestinas.
A restrição de acesso dos jornalistas a eventos da campanha
pelo candidato conservador Donald Trump nas prévias
eleitorais também preocupa os observadores.

FRANÇA
45ª posição
Levantamento feito pela Audipress e por institutos de pesquisas Ipsos Media CT e TNS Sofres no biênio 2014/2015 mostrou que 96% da população
de 66 milhões de franceses leem jornais. Circulam mais de
200 títulos e os mais lidos e influentes são os regionais. Desses,
o maior e mais conhecido é o Ouest France. Segundo o relatório da RSF/2016, o país enfrenta os problemas da alta concentração
das mídias nas mãos de cerca de 20 grupos industriais financeiros.
O Le Figaro, por exemplo, pertence ao grupo Dassault, grande produtor de aviões civis e militares. Também na França, a votação de uma lei antiterrorista que acaba com a proteção de dados
e fontes após o ataque ao Charlie Hebdo, em 2015, e o aumento do poder dos serviços de vigilância são preocupação importante.

ARGENTINA
54ª posição
A imprensa argentina enfrenta um clima
de “guerra midiática”, segundo a organização. Em janeiro deste ano, o governo Mauricio Macri mudou a Lei de Meios (de 2009), que limita e controla as licenças e a abrangência dos meios de comunicação no país. Por decreto, liberou a venda de meios eletrônicos de comunicação e eliminou as restrições
à propriedade cruzada de televisão a cabo, rádio e TV aberta.
A partir de agora, não há limite no número de cidades nas quais
as empresas de cabo podem operar (antes, o máximo era 24).
A medida é motivo de grande reação por parte de representantes de organizações sociais e jornais como o Página/12.

BRASIL
104ª posição
Maior mercado de imprensa da América Latina, o Brasil (que já ocupou a 58ª posição em 2010) vem recuando na classificação. O aumento dos casos de violência contra jornalistas e a falta de mecanismos de proteção estão entre os principais motivos da queda no ranking. Conforme a RSF, é o terceiro país mais mortífero das Américas para os jornalistas, atrás apenas do México e de Honduras. Em 2015, sete jornalistas foram assassinados no País. Todos investigavam temas sensíveis, como a corrupção local ou o crime organizado. As ações violentas perpetradas por agentes da polícia militar contra jornalistas durante as manifestações também persistem.

O desequilíbrio e a regulação

por Rita Freire, jornalista, do Grupo Facilitador do Fórum Mundial de Mídia Livre

A falta de regulação da mídia no Brasil colabora para uma situação em que apenas uma emissora controla cerca de 70% do mercado de TV aberta. Não está certo. A comunicação é o único setor da economia em que a Constituição Federal de 1988 proíbe o monopólio e o oligopólio. Mas, passados 28 anos da sua promulgação, as determinações nesse campo ainda não foram regulamentadas e não valem para a sociedade.

A regulação enfrenta resistência. Para fazer valer a norma do artigo 220 da Constituição (garante que a manifestação, expressão e informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão restrição), por exemplo, o Congresso precisa definir o que considera monopólio ou oligopólio nos meios de comunicação social. Por pressão das emissoras e conivência, os parlamentares evitam a tarefa.

Outro artigo, o 54, diz que deputados e senadores não podem ser donos de concessionárias de serviço público. Só que a família Sarney, os senadores Fernando Collor e Agripino Maia, entre outros, controlam inúmeros canais em seus estados.
O País também não possui norma que restrinja a propriedade cruzada por grupos de mídia, o que leva ao crescimento de conglomerados nas mãos de poucos controladores. E não há restrição à formação de redes afiliadas para retransmitir os mesmos conteúdos.

Mais uma distorção recai sobre a radiodifusão. Enquanto as rádios comunitárias ficam limitadas à potência de 25 watts, uma única rádio privada opera em potências superiores a 400 mil watts, como apontou o coletivo Intervozes, que se dedica ao tema da regulação da mídia.


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