Réu no mensalão, João Paulo Cunha deve ser substituído nas eleições

Para o ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT), o futuro é agora. Réu no processo do mensalão, o candidato à prefeitura de Osasco, na Grande São Paulo, pode ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, dia 29, e, de quebra, perder seu posto na corrida pelo município.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, João Paulo Cunha já admite desistir da candidatura à prefeitura em caso de condenação. A pressão, no entanto, vem de cima. A cidade de Osasco, governada pelo PT desde 2005, tem posição estratégica dentro do cenário nacional. Ela é a sexta maior população do estado de São Paulo (666.469 habitantes) e o quarto PIB (R$ 31 bilhões de reais), perdendo apenas para o da capital, de Guarulhos e de Campinas, e a frente de capitais brasileiras como Fortaleza e Goiânia.

Pelo seu envolvimento no caso do mensalão, João Paulo Cunha, hoje apenas o terceiro nas intenções de voto do município, com 15%,  possui um índice elevado de rejeição; 27%. É o maior entre os candidatos na cidade (o ex-prefeito  Celso Giglio, do PSDB, líder nas pesquisas com 35% das intenções de voto, tem 22% re de rejeição).

A candidatura de Cunha patina, e a cúpula estadual do PT considera que uma condenação no Supremo dificultaria ainda mais o já complicado cenário da campanha do partido na cidade. Caso desista da candidatura até o feriado de 7 de setembro, o PT poderia substituir João Paulo Cunha na chapa, em uma esperança de resolver erro estratégico de apostar em um réu do mensalão em ano do julgamento do mensalão.

Mas é muito provável que mesmo em caso de não condenação haja a troca. Houve grande e negativa reação da população aos votos favoráveis à absolvição de Cunha dados pelos ministros Ricardo Lewadowski e Dias Toffoli. A avaliação é que a pecha de “mensaleiro”, verdadeira ou não, é muito pesada para sustentar uma candidatura à um cargo executivo,

O favorito para substituir Cunha no caso de sua desistência é Jorge Lapas (PT), hoje vice na chapa. Lapas foi chefe de gabinete na gestão de Emídio Pereira de Souza (PT), atual prefeito de Osasco, e possui a simpatia deste (era o candidato preferido de Souza para a prefeitura desde antes do começo da campanha).

Já os partidários de Cunha acreditam que Lapas não teria tempo hábil para ganhar musculatura política neste um mês antes das eleiçõese (o primeiro turno aconte dia 7 de outubro).  Nesta visão, a substituição seria um tiro no pé, queimando um político estabelecido na cidade sem garantias maior chance de vitória.

Mas a decisão já parece tomada.  Ontem, João Paulo recebeu telefonemas de solidariedade, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Ideli Salvatti. Na avaliação de petistas, o gesto serve para que João Paulo se sinta amparado na hora de renunciar.

 

 


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