São 85 mil visitantes, 5 mil expositores de todo o Brasil e de 35 países e um montante de negócios que movimenta R$ 28 milhões. Quem pensa que estamos falando de uma feira de TI já percebeu, lá no título, que não é nada disso. A maior feira de artesanato da América Latina, a XII Fenearte (Feira Nacional de Negócios do Artesanato), realizada de 1o a 10 de julho no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, movimenta números impressionantes e expõe o que há de melhor em nossa cultura popular.
Neste ano, a inspiração da feira é a Literatura de Cordel e um dos homenageados é um dos maiores artistas do gênero: o pernambucano José Francisco Borges, conhecido mundialmente como J. Borges. Mestre do cordel e da xilogravura, ele foi descoberto pelo escritor Ariano Suassuna e já ilustrou capa de discos e livros, como o Palavras Andantes, do uruguaio Eduardo Galeano, publicado em português, inglês e espanhol.
Na feira, a Estação Cordel traz reproduções de 150 cordéis portugueses do século XVII e folhetos raros do ciclo histórico que apresentam personagens como o ex-presidente do Brasil Getulio Vargas e o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. Um projeto da Secretaria de Educação em parceria com a Fundação Roberto Marinho levou à feira mais de 1.500 alunos que, divididos em turmas, desenvolveram, ilustraram e escreveram cordéis, cujo mote é a cultura e o artesanato popular das regiões que representam. “É um trabalho voltado para erradicar as distorções idade-série entre os jovens”, explica o secretário adjunto de Educação Aurélio Molina.
Além de todos os Estados brasileiros, há representações de diversos países, como Alemanha, Bangladesh, Chile, China, Cuba, Emirados Árabes, Equador, Filipinas, França, Grécia, Guatemala, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Líbano, Malásia, Marrocos, Nepal, Nigéria, Paquistão, Peru, Portugal, Quênia, República Tcheca, Senegal, Sri Lanka, Síria, Tailândia, Tunísia, Turquia e Uruguai. Porcelanas decorativas da Ucrânia, semijoias típicas da Austrália e artesanato vindo da Jordânia compõem o cenário que se transforma em uma verdadeira festa de cores, ritmos e sabores, que só realmente o Brasil é capaz de fazer. “Estamos orgulhosos de que a feira tenha alcançado esse nível de participação e possa gerar renda para os artesãos”, afirma Renata Campos, primeira-dama do Governo de Pernambuco e coordenadora da feira.
A estimativa dos organizadores é a de que a Fenearte deixe um rastro de bons negócios para um mercado em expansão de exportação de produtos, geração de empregos e intercâmbio de novas formas de comércio de uma das maiores riquezas do Brasil: sua arte e cultura popular.
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