Uma mulher de 27 anos foi a primeira da história da medicina a gerar um filho após ter congelado um dos ovários quando tinha 13 anos, revelou na semana passada a revista científica Human Reproduction.
Ela foi submetida ao congelamento de partes de seu ovário direito após fazer quimioterapia para tratamento de anemia falciforme. Como o procedimento é agressivo, havia grandes chances de que não tivesse mais condições de engravidar por falta de ovulação. Além de parte dos ovários, foram congelados outros 11 fragmentos do seu aparelho reprodutivo. Aos 23 anos, a paciente decidiu ter filhos e iniciou a “recolocação” dos tecidos removidos.
De acordo com a revista científica, cinco meses após o transplante ela começou a menstruar e pouco mais de dois anos depois, conseguiu engravidar. O menino nasceu saudável em novembro de 2014, mas sua história só foi revelada na semana passada. O fato de ter engravidado após o reimplante de tecidos congelados na pré-puberdade, quando nem havia menstruado ainda, é inédito e surpreendeu os cientistas.
Em entrevista à “BBC”, o diretor da Sociedade Britânica de Fertilidade, Adam Balen, comemorou o o sucesso do procedimento.
“Está correto pensar que os ovários carregam vários óvulos, mas a preocupação era se esses óvulos poderiam se desenvolver caso o tecido ovariano fosse tirado ainda na infância da paciente, congelado e depois reimplantado. Agora temos a prova deste conceito e isso é extremamente importante” disse o especialista.
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