Meus caros, acompanho com tristeza as notícias sobre o estado de saúde do ex-jogador Sócrates, internado na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo,onde lida com aquilo que restou de seu fígado, destruído pela cirrose. O próprio não negou, nos últimos dias, que o álcool  foi o responsável por seu estado atual, e eu seria último  a julgá-lo pelas vias normais, ou morais, que tantos adoram adotar. Assim normalmente morrem os alcoólatras: primeiro o povo destrói sua reputação, sua imagem, desprezam seu passado, e os deixam morrer depois, fisicamente arruinados. Quantos já não vimos partirem assim? Garrincha foi o maior exemplo, mas eu perco a conta dos outros. Aguardo ansioso o filme sobre Heleno, estrelado por Rodrigo Santoro, que acabou seus dias no manicômio, tal como Nijinski, ambos diagnosticados como esquizofrênicos. Alguém poderia dizer que eles, ao morrem, eram seres menores do que foram no auge de suas vidas? Alguém poderia diminuir Fernando Pessoa ou Vinicius de Moraes? Pois ambos beberam até o fim de suas vidas, mas suas obras estão aí, monumentos da língua portuguesa no século XX. Pessoa declarou-se “em flagrante delitro”, ao se ver fotografado bebendo, e Vinicius afirmou, maravilhosamente, que  “O uísque é o melhor amigo do homem, é o cachorro engarrafado”. Sir Winston Churchill ajudou a humanidade  a ganhar a Segunda Grande Guerra embalado por decalitros de bebida, mas estava melhor que seu parceiro norte-americano Roosevelt, que morreu antes, e mais jovem.

Já confessei aqui meus próprios problemas com o álcool, sei como pode sofrer quem se vê aprisionado por essa doença, que não é um desvio intencional de conduta, mas sim uma doença psiquiátrica, física.  Continuo achando Robert Downey Jr., meu herói, por seu efeito Phenix, sendo capaz de morrer e renascer várias vezes. O problema é quando o corpo diz chega, e aí a brincadeira, diga-se a própria vida, acaba. Todos testemunhamos o triste fim de Amy Winehouse. Continuo torcendo por Sócrates, embora minhas próprias fontes no hospital Einstein sejam pessimistas quanto a ele;

Impossível não lembrar seu contemporâneo Casagrande, que também há poucas semanas confessou seu próprio drama, esse já na cocaína, em plena televisão. Continua lutando, e torço por ele também. Mesmo com sua via pessoal devastada, e seu próprio filho declarou isso ao vivo, em frente ao pai, ao que tudo indica o corpo do também ex-grande jogador ainda resiste, ele tem chances de dar  a volta por cima, e amigos ao seu redor,para ajudar, não faltam . Também Lembro de seu irmão mais novo, meu ídolo Raí, a quem já dediquei várias páginas aqui. Que Deus olhe por essa família, e que só atire pedra aquele que nunca tiver errado na vida – bem sabia Jesus que não existem! Abraços do Cavalcanti.


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