Vitória de Chávez, derrota da democracia

No domingo 15, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, venceu referendo sobre emenda constitucional que permite reeleições ilimitadas no país. Na prática, e a curto prazo, isso significa que Chávez poderá se candidatar novamente nas próximas eleições presidenciais de 2012 – sua quarta vez. Há dez anos no poder, o presidente venezuelano afirma que precisa de pelo menos mais dez para dar continuidade ao que chama de socialismo do século 21. Mas já acenou a vontade de permanecer no poder até 2039.

Essa foi a segunda tentativa de Chávez para mudar a constituição e permitir a reeleição ilimitada. Da primeira vez, em 2007, acabou perdendo nas urnas.

Mudar a constituição de um país para manter-se no poder soa autoritário e ditatorial. Tendo ao seu lado a força da máquina pública, Chávez, a longo prazo, pode tirar da sociedade a opção de escolha, da mudança. Empurrar goela abaixo um único governante, por tempo indefinido, pode ser uma terrível armadilha. E aí não mais importará ser a favor ou contra. Na verdade, é a derrota da democracia.


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