Você acredita no Brasil?

“Acredito no Brasil, mas não me iludo. Tentei não falar em dinheiro aqui, mas é impossível, porque a coisa toda passa por aí: a má e desonesta administração do dinheiro público, com o qual resolveríamos enormes problemas. Por três vezes administrei dinheiro público pela Lei do Fomento ao Teatro. Pensava: “Meu Deus! Serei eu capaz de administrar esse dinheiro com eficiência?”. Fui capaz, mas me custou muito. Tinha medo de errar, mesmo fazendo de tudo para acertar. Por exemplo, comprei três ventiladores para colocar na plateia e eles não funcionaram a contento. Tive de comprar outros, maiores. Isso custou na época, uns R$ 150,00 que devolvi ao projeto, reconhecendo minha falha e arcando as despesas. Errei, admiti, paguei, levantei a cabeça e segui fazendo meu trabalho. Se não nos roubassem, seríamos mais felizes.”
Fernanda D’Umbra, atriz, produtora e diretora de teatro é também vocalista da banda Fábrica de Animais. Atualmente, dirige o espetáculo teatral Meninas da Loja, texto de Caco Galhardo, no Espaço Parlapatões, São Paulo (SP)

“Acredito no Brasil. Acredito nas pessoas, na cultura, na economia e na cidadania. Porém, bem mais que acreditar, precisamos falar, agir e protestar. Correr atrás dos nossos direitos, ir em busca da cidadania roubada e cobrar de quem é de dever as resoluções e leis que permitam essas mudanças. Precisamos aprender a votar, a criticar e a escolher quem, de fato, fará o que está prometendo. Alguém que vá tirar do papel e das ideias as ações e colocá-las em prática, para quando acioná-los, poder cobrar prazos, resultados e justiça. Acredito em um País que está acordando, que está se mobilizando em busca da sua nacionalidade e individualidade. Acredito em um País em que os brasileiros tenham competência e garra para fazer a diferença, frente a falsas elites e falsos políticos, que se utilizam da máquina e do poder. Acredito no Brasil e em nós!”
Priscilla Gadelha, psicóloga, Recife (PE)

“Eu não acredito no brasileiro, mas acredito no Brasil. O brasileiro é feliz, porém conformado e generoso demais. Esquece de tudo que sofreu. Todos os percalços. Está sempre com um sorriso no rosto e dando um jeitinho. Não dá para acreditar em pessoas assim, mas acreditar no povo é outra história. Somos brancos, mulatos, negros, amarelos, alegres e até estressados. Somos contraditórios, mas somos brasileiros e acredito no Brasil. Acredito que o País ainda tem muito a crescer e que um dia ainda perderemos essa cultura do jeitinho.”
Paulo Gratão, jornalista, São Paulo (SP)

“Apesar de graves problemas como a violência, a censura, o preconceito e a corrupção, eu acredito no Brasil. Apesar de jovem, me inspiro nas pessoas que lutaram tanto para termos uma democracia. Como diria Cazuza: ‘Brasil mostra tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim’…”
Pedro Antonio de Oliveira Moreira, estudante, São Paulo (SP)


Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.