Após fim da transmissão de Ebola, Serra Leoa precisa cuidar de 4.000 sobreviventes

Apesar da Organização Mundial de Saúde declarar que a transmissão do vírus Ebola está encerrada em Serra Leoa (África Ocidental), o país enfrenta ainda muitos desafios.

O surto dizimou famílias, o sistema de saúde, a economia e as estruturas sociais. Ele também deixou cerca de 4.000 sobreviventes com problemas de saúde que necessitam de cuidados médicos e apoio social.

O desafio de Serra Leoa é continuar a manter um sistema forte e resistência de saúde pública para cuidar de seus doentes e responder prontamente a um próximo surto da doença. A OMS diz que vai manter presença reforçada na região. O país ainda enfrenta uma grave crise econômica. 

Serra Leoa precisa também manter a vigilância em relação ao vírus. Especialistas relatam o otimismo com a notícia, mas ponderaram que recentes estudos indicam que o Ebola pode sobreviver em outros fluidos corporais. É o caso de um registro recente na Libéria, de uma mulher que morreu por Ebola após ter feito sexo desprotegido com um homem que já havia sido considerado curado. 

Testes posteriores mostraram que, apesar de não haver indícios do vírus em seu sangue, o sêmen do homem ainda continha amostras do organismo patogênico. 


Fim da transmissão

Neste sábado, 7, a OMS declarou que a Serra Leoa está livre da transmissão do Ebola.  Segundo a entidade, 42 dias já se passaram desde o teste negativo da última pessoa contaminada. 

Quarenta e dois dias corresponde a dois ciclos de 21 dias de incubação do vírus Ebola. O período de incubação corresponde ao tempo decorrido entre a exposição ao vírus e a primeira manifestação dos sintomas. Por diretrizes, ficou estabelecido que uma região está livre da transmissão quando a última pessoa contaminada tiver testado negativo para o vírus por dois períodos de incubação. 

Desde o início da transmissão, em maio de 2014, um total de 8.704 pessoas foram infectadas e 3.589 morreram em Serra Leoa, sendo que 221 deles foram profissionais de saúde. Ao todo, o Ebola matou 11.300 pessoas e teve 29.000 casos notificados. Outros países com fortes surtos vizinhos a Serra Leoa são Guiné e Libéria, essas regiões ainda não encerraram suas transmissões. 

Clínica de tratamento contra o Ebola em Monróvia, capital da Libéria (África Ocidental). Foto: Morgana Wingard/USAID (22/09/2014)
Clínica de tratamento contra o Ebola em Monróvia, capital da Libéria (África Ocidental). Foto: Morgana Wingard/USAID (22/09/2014)

Serra Leoa agora entra em um período de 90 dias de supervisão reforçada. Esta nova fase é importante para garantir a detecção precoce de eventuais novos casos de doença do vírus Ebola.

A Organização Mundial de Saúde parabenizou o esforço do governo do país. Segundo a entidade, o feito só foi alcançado por meio de um compromisso tremendo e um trabalho duro, enquanto a região tentava controlar o surto.

Parceiros de todo o mundo também ajudaram, segundo a OMS, na contenção com muitos conhecimentos necessários. Com isso, o país conseguiu detectar, identificar e encerrar quaisquer novas correntes de transmissão. assistência técnica, doação de profissionais, alimentos, suprimentos e equipamentos.

A rapidez no tratamento, protocolos e equipes eficientes, além do trabalho junto às comunidades para identificar novos casos foram também estratégias eficazes para conter o avanço da doença.

 


Comments

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.