Todas as frutas são saudáveis? Estudo investiga os benefícios da pera, a fruta da vez

O consumo crescente de frutas sempre esteve no imaginário de uma dieta saudável. E não é à toa. Diretrizes nutricionais da USDA (sigla em inglês para Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) já estabeleceram uma relação benéfica entre a ingestão de frutas (como um todo) e um menor risco de doenças crônicas.

O que não é comum, entretanto, são estudos individuais sobre frutas. Afinal, todas elas são benéficas? A princípio, sim. Mas o suco requer algum cuidado. 

A desconfiança em relação às frutas é que elas são ricas em frutose, um tipo de açúcar, o grande vilão da vez. Ele está associado a uma série de enfermidades, que vão da diabetes, a doenças cardíacas e até doenças degenerativas.

Só que, se consumidas inteiras, elas não teriam açúcar suficiente para causar nem um malefício (a associação com fibras e água diminuem o poder de absorção da frutose). O problema estaria no consumo do suco, que teria o açúcar concentrado. Um estudo de 2013 do British Medical Journal, por exemplo, mostra a relação entre o consumo de suco e o surgimento da diabetes tipo 2.

Ricas em fibras, a fruta de baixa caloria ajuda a equilibrar a flora intestinal. Foto: Ingimage
Ricas em fibras, a fruta de baixa caloria ajuda a equilibrar a flora intestinal. Foto: Ingimage

A pesquisa, na outra ponta, também mostra que o consumo de algumas frutas inteiras diminui esse risco. Outro fator que é preciso considerar é que a maioria dos estudos analisa os benefícios das frutas a partir das condições de saúde de pessoas que já as consomem.

Assim, será que esses indivíduos também não fazem outras escolhas saudáveis que podem ser responsáveis por esses efeitos? Como fazer exercício e dormir bem?

Alguns estudos isolam essas variáveis, mas nem todos. O periódico Frontiers in Nutrition publicou recentemente guidelines no intuito de melhorar as pesquisas no campo da nutrição. 


A pera é a fruta da vez

Aos poucos, cada fruta está sendo estudada individualmente em seus possíveis efeitos positivos e um estudo de revisão foi pesquisar o que já havia saído sobre as peras. Elas têm sido exaltadas por seus benefícios e poucas calorias. Há até uma organização nos Estados Unidos que trabalha para promover o seu consumo, a USA PEARS.

 Os cientistas usaram como base pesquisas publicadas sobre a fruta da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos e do USDA desde os anos 1970.

De modo geral, peras funcionam como fonte de fibras e são uma excelente fonte de vitamina C, além de possuírem apenas 100 calorias.
Uma pera média fornece aproximadamente 24% da necessidade diária de fibra. Elas não possuem sódio, nem colesterol, nem gordura e ainda contêm 190 mg de potássio.

A quantidade de fibras, no entanto, chamou atenção. “Esse teor alto coloca a pera num lugar distinto de outras frutas. O impacto que as fibras poderiam ter na saúde do intestino precisa ser melhor estudado”, diz Joanne Slavin, professor de nutrição da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e um dos autores do estudo.

Segundo Slavin, estudos indicam que a fruta pode ter efeitos protetores que ajudariam a prevenir o Acidente Vascular Cerebral. Uma outra evidência, que precisa ser melhor investigada, é que alimentos ricos em flavonoides (compostos com alto teor antioxidante), como as peras, foram associados a uma redução significativa na mortalidade por doença cardíaca coronária e doença cardiovascular em mulheres na pós-menopausa.

A pera também é rica em antocianina. Essa substância foi associada à prevenção da degeneração das células e um estudo relacionou o consumo da fruta à prevenção da diabetes tipo 2.

Dadas essas evidências, os pesquisadores recomendaram que mais estudos independentes com a fruta sejam feitos, no intuito de concluir se as peras, sozinhas, seriam as responsáveis por esses benefícios.

 

 


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