Fiocruz recebe R$ 15 milhões do BNDES para pesquisas com doenças negligenciadas

Neste mês, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou recursos na ordem de R$ 15 milhões não reembolsáveis para pesquisas focadas em doenças negligenciadas, como o mal de Chagas, as leishmanioses, a hanseníase, a malária e a tuberculose.

O dinheiro irá para a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a Drugs for Neglected Diseases initiative (DNDi), organização fundada pelos Médicos Sem Fronteiras para promover o desenvolvimento de tratamentos para doenças pouco pesquisadas. 

Provenientes do Fundo Tecnológico do Banco (BNDES Funtec), os recursos não serão devolvidos e cobrem 90% de projeto cujo orçamento será complementado pela Fiocruz.

Essas enfermidades afetam, segundo a Fiocruz, 90% da população mundial, deixam o rastro de 1 milhão de mortos por ano e possuem apenas 10% do investimento global em pesquisa farmacêutica.

Tambem por volta de 40% da população corre o risco de contrair uma doença tropical negligenciada. A malária, por exemplo, registra 220 milhões de casos no mundo e mais de 600 mil mortes por ano.

Moradores do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Doenças negligenciadas afetam 90% da população mundial e maioria é de baixa renda. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Moradores do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Doenças negligenciadas afetam 90% da população mundial e maioria é de baixa renda. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A maior parte do investimento de pesquisa nessas enfermidades é, de fato, de origem pública. O percentual de afetados mora em áreas carentes de infraestrutura sanitária e com acesso restrito a sistemas de saúde.

As instituições utilizarão os recursos em seis diferentes projetos, que buscam oferecer tratamentos mais efetivos ou uma alternativa de diagnóstico rápido e preciso para pacientes de leishmaniose cutânea e visceral, doença de Chagas, tuberculose, malária e outras enfermidades que acometem principalmente populações sem recursos para cuidados com a saúde.

 


 O que será feito com o dinheiro

Dentre os produtos previstos, destaca-se o desenvolvimento de uma formulação pediátrica do antirretroviral Efavirenz, importante medicamento do coquetel contra a Aids, mas que, em sua forma atual, não deve ser prescrito para crianças. 

Também está previsto um kit de diagnóstico point-of-care que oferecerá a possibilidade de se testar pacientes em locais remotos e sem infraestrutura laboratorial, com resultados mais rápidos e precisos do que as alternativas disponíveis para leishmaniose visceral, tuberculose, malária, tracoma, filariose linfática e hanseníase.


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