O óleo de coco chega como novo elixir para a saúde. Será que compramos essa?

 

O ácido láurico, um dos componentes do óleo de coco, é tido como o responsável pela ação antioxidante. Foto: Phuthinhco/Creative Commons
O ácido láurico é tido como o responsável pela ação antioxidante do óleo de coco. Foto: Phuthinhco/Creative Commons

Nos últimos anos, a chamada “gordura boa” entrou em voga ao provar que nem toda gordura é prejudicial para o organismo. Um de seus principais representantes é o óleo de oliva, que ganhou destaque e fama. Presença constante na consagrada dieta mediterrânea, o azeite tornou-se internacionalmente reconhecido por sua capacidade de proteger a saúde cardiovascular.

Mas ele não é o único. Vários outros óleos e azeites também vem comprovando seus benefícios à saúde. Um deles, velho conhecido dos brasileiros, é o óleo de coco.

Assim como o primo extraído das oliveiras, o óleo de coco tem demonstrado um grande potencial medicinal, com efeito positivo para o controle da pressão arterial e na proteção dos neurônios, especialmente em doenças degenerativas. Uma boa notícia para o Brasil, quinto maior produtor global de coco. Mas é também por aqui que o ingrediente anda meio esquecido e com preço elevado. 


Ação antioxidante chamou atenção 

O principal constituinte do óleo de coco é uma substância conhecida como ácido láurico, um ácido graxo que também é encontrado em pequena quantidade no leite materno. Acredita-se que é ele o principal responsável pela ação antioxidante observada no óleo. 

É essa característica que tem despertado a atenção dos cientistas. “O óleo de coco combate os radicais livres acumulados nos vasos sanguíneos que agem no processo hipertensivo”, fala o professor Valdir Andrade Braga, da Universidade Federal da Paraíba. Na instituição, Braga coordena um projeto para a avaliação do uso do óleo de coco no controle da hipertensão. 

Nos testes com animais, a combinação de doses diárias de óleo de coco e atividade física foram suficientes para retornar a pressão de ratos hipertensos aos níveis normais. Agora o grupo pretende testar a mesma estratégia em humanos.  

Os voluntários serão pacientes de hipertensão que não respondem ao tratamento convencional. Eles receberão, duas vezes por dia, óleo de coco virgem in natura, oriundo da prensagem a frio da polpa do coco.


Possível efeito positivo sobre neurônios

Outra característica do óleo de coco que tem sido estudada é seu efeito protetor dos  neurônios. Na Dinamarca, um grupo de pesquisadores  usou o ingrediente como estratégia para oferecer uma dieta rica em gorduras (boas, claro!) para seus pacientes.

O estudo foi realizado tendo em mente os efeitos da síndrome de Cockayne, uma doença rara que causa o envelhecimento precoce. Acredita-se que o mesmo mecanismo de reparação possa ser usado em pacientes com Parkinson ou Alzheimer.

No caso dos neurônios, os ácidos graxos do óleo de coco oferecem uma reserva importante de combustível para as células. Essa energia a mais, acredita-se, pode ser o segredo para retardar o envelhecimento cerebral.


Tira-dúvidas

O que são as tais “gorduras boas”?

Para combater a ideia de que toda gordura é prejudicial à saúde, nos últimos anos se popularizou o termo gordura boa

Por que são importantes: Elas ajudam a proteger o coração ao manter os níveis de HDL (o bom colesterol), ao mesmo tempo em que reduzem a quantidade de LDL (o mau colesterol) no sangue.  Além disso, elas são importantes para a absorção de algumas vitaminas lipossolúveis (solúveis em gordura). Neste grupo estão as vitaminas A, D e E

De onde vem: Existem dois grupos principais de gorduras boas ou polinsaturadas: o ômega-3 e ômega-6. A primeira está presente em peixes (como o salmão e a sardinha), enquanto a segunda é encontrada em abundância nos óleos derivados de plantas, como é o caso do óleo de coco e do azeite. 


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