Porque a saúde deve entrar com força no debate sobre o aquecimento global

A poluição contribui para cerca de 7 milhões de mortes anualmente, afirma análise publicada no British Medical Journal. Isso porque partículas de dióxido carbono (CO2) e outros poluentes contribuem para o aumento da prevalência de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral e doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema) – condições com alto índice de mortalidade. 

Apesar do impacto, no entanto, profissionais de saúde não entraram no debate e no ativismo sobre a redução do aquecimento global e sobre a necessidade da diminuição da poluição para ganhos em saúde pública – aponta o estudo do BMJ. 

Aumento da poluição tem impacto de longo e curto prazo na saúde, diz estudo.  Foto ilustrativa/Ingimage
Aumento da poluição tem impacto de longo e curto prazo na saúde, diz estudo. Foto ilustrativa/Ingimage

Segundo o artigo, a saúde deve agir em conjunto para reduções drásticas em emissão de dióxido de carbono e poluentes de vida curta – principais contribuintes para alterações climática.

Poluentes climáticos de vida curta (PCVC) demoram dias ou décadas para se dissiparem na atmosfera e os benefícios da redução desses poluentes são imediatos. Metano e carbono negro estão nesse grupo. 

Esses compostos são considerados “superpoluentes”. Eles têm uma contribuição de 40% no efeito estufa e são até 2.000 vezes mais poderosos por molécula de CO2 no aquecimento do clima.

A redução desses poluentes em 50% até 2050, impediria cerca de 2,4 milhões de mortes prematuras por ano provenientes da poluição atmosférica reduzida, explicam os pesquisadores. 

Estas reduções drásticas são necessárias para conter o aquecimento e reduzir as ameaças à saúde. Além das doenças, o aquecimento contribui para ondas de calor, secas, inundações e incêndios e atrapalha a produção de alimentos para milhares de pessoas.

Segundo os pesquisadores, se nada for feito, o aquecimento pode chegar a mais de cerca de 4 ° C em 2050, com consequências devastadoras para as próximas gerações. 

Instituições de saúde já estão se pronunciando. Segundo a Organização Mundial de Saúde, sem a redução de poluentes, “a mudança climática coloca riscos inaceitáveis ​​para a saúde pública global”, diz o BMJ. 

O artigo afirma, no entanto, que profissionais devem se pronunciar mais frequentemente e pressionar por políticas e compromissos da indústria para uma redução efetiva.


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