Reabilitação cardíaca é melhor com tecnologia digital, diz estudo

Um estudo pequeno feito pela renomada Clínica Mayo, nos Estados Unidos, mostrou que o uso de aplicativo para smartphone e tablets pode melhorar de forma importante o desempenho dos pacientes que estão em processo de reabilitação após um ataque cardíaco. O trabalho foi apresentado recentemente na 65a. Sessão do Colégio Americano de Cardiologia, o AHA, um dos mais importantes encontros do mundo da cardiologia.

A pesquisa incluiu 80 pacientes com idade em torno de 68 anos. Eles foram selecionados para participar do estudo porque precisavam de reabilitação cardiovascular após terem sofrido um ataque cardíaco ou por conviver com os incômodos da angina, como a dor no peito.   

Os pacientes foram divididos em dois grupos. Na linguagem dos cientistas, diz-se que foram randomizados. Parte foi submetida ao tratamento usual, com três sessões semanais de reabilitação cardíaca com duração de 30 a 90 minutos. O segundo grupo, além da reabilitação, sofreu também uma intervenção digital: os voluntários foram convidados a acessar duas vezes por semana um aplicativo com mensagens educacionais, videos, artigos e questionários sobre sua saúde e estilo de vida reunidos em uma plataforma para acompanhar. O aplicativo também solicitava o registro dos exercícios e dos hábitos alimentares. 

Estudando o desempenho dos grupos depois de 90 dias do início do programa, os pesquisadores viram que os voluntários apoiados pela tecnologia digital perderam quatro vezes mais peso em comparação aos colegas que cumpriram a reabilitação cardíaca tradicional. O grupo “conectado”  também ficou cerca de 40 minutos a mais, por semana, em contato com informações sobre o coração do que os colegas que não tiveram apoio digital. 

Bons resultados do apoio de aplicativos surpreende pesquisadores da Mayo. Foto: Ingimage
Bons resultados do apoio de aplicativos surpreende pesquisadores da Mayo. Foto: Ingimage

“Ficamos surpresos com a magnitude da diferença entre os dois grupos”, disse Robert Jay Widmer, principal autor do estudo e pesquisador da Fundação Mayo para Educação Médica e Pesquisa. Os participantes no grupo que não usou aplicativo perderam uma média de 900 gramas, enquanto os que tiveram apoio digital eliminaram quatro quilos, em média. “Esses resultados são excitantes porque demonstram uma melhoria nos fatores de risco cardiovascular que vai além da reabilitação cardíaca tradicional.”

O estudo foi considerado pequeno e limitado, apesar de importante, porque trata-se de resultados de um único centro com poucos pacientes. Ensaios clínicos mais amplos são necessários para validar esses achados e para determinar a sustentabilidade dos resultados. Ou seja, se são seguros, não causam danos e são constantes.


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