Três em cada quatro pessoas desconhecem relação entre obesidade e câncer

Três em cada quatro (75%) pessoas desconhecem a ligação entre obesidade e câncer, de acordo com um novo relatório do Cancer Research UK. A pesquisa foi feita no Reino Unido e constatou ainda que pessoas de origens socioeconômicas mais baixas e homens são as que menos sabem sobre a relação.

Quando a pesquisa analisou o quanto britânicos sabiam sobre tipos específicos de câncer, o desconhecimento aumentou. Mais de três quartos (78%) não sabe que a obesidade está diretamente relacionada ao câncer de útero. Ainda, mais de dois terços (69%) desconhece que a condição é um fator de risco para câncer de mama e mais da metade (53%) não sabia que câncer de pâncreas está relacionado à obesidade.

Em relação o câncer de intestino, 60% relataram conhecer o link entre obesidade e a doença. Também 55% das pessoas sabem da relação entre obesidade e câncer de fígado. No mundo, segundo relatório da Global Burden Disease publicado em 2014, 2.1 bilhões de pessoas estão acima do peso.

Uma relação já estabelecida pela ciência

Estar acima do peso ou ser obeso é a maior causa evitável de câncer depois de fumar e está ligada a um número estimado de 18.100 casos de câncer a cada ano no Reino Unido, diz o relatório. O excesso de peso ou obesidade está comprovadamente ligado a 10 tipos de câncer, incluindo mama, intestino, útero e esôfago.

Um relatório recente da Cancer Research UK e do Fórum de Saúde do Reino Unido estima que a tendência é que o número de obesos continue a crescer e contribuir para mais de 670.000 novos casos de câncer nos próximos 20 anos. O relatório também mostra que o número de pessoas obesas é maior entre os grupos de renda mais baixa.

Dez tipos de câncer estão associados à obesidade (5)

Impacto alto no sistema de saúde

Ainda, o crescimento no número de obesos vai gerar um custo adicional para o sistema de saúde inglês de 2.5 bilhões de libras. Desse valor, 980 milhões será pelo incremento de diabetes tipo 2, 930 milhões por doenças cardiovasculares, 330 milhões por câncer, e 270 milhões por Acidente Vascular Cerebral.

Segundo cálculos do Cancer Research, se apenas 1% da prevalência de obesidade e sobrepeso for reduzida entre 2015 e 2035, isso geraria uma economia aos cofres britânicos de 300 milhões de libras.

Também essa redução de 1% contribuiria para evitar 64.200 casos de câncer nos próximos 20 anos, economizaria 40 milhões de libras no cuidado com o câncer e evitaria 7300 mortes anuais a partir de 2035.

Medidas recomendadas

A obesidade é complexa e pode ser causada por fatores genéticos, culturais e ambientais. O relatório aponta, contudo, que uma recente publicação da Organização Mundial de Saúde mostra que o aumento no consumo de comida sozinho explica o aumento da prevalência de obesidade –principalmente em países desenvolvidos e, por isso, países devem atentar para esse fato na elaboração de políticas públicas.  

No Reino Unido, uma das principais estratégicas para diminuir a prevalência da obesidade é o combate ao aumento de peso infantil. O governo pretende restringir o marketing e sobretaxar produtos com alto teor de açúcar.

Já o relatório, recomenda restrição de propaganda na TV para esse tipo de alimento entre 6 AM e 9 PM – a restrição também se estende para o marketing on-line e o relatório aponta que o governo deveria restringir games que exortem o consumo de comidas que contribuem para o aumento de peso.

Iniciativas para outros modos de transporte, como a bike, e mais espaços ao ar livre também fazem parte das recomendações.


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