Como a Braskem ampliou seu radar de inovação com programa de apoio a empreendedores

braskem-labsNos últimos anos, grandes companhias têm visto em empresas iniciantes uma forma de acelerar processos de inovação. Ao mesmo tempo em que incentivam startups por meio de programas de mentorias e incubação, tais empresas se aproximam de projetos que, futuramente, poderão ser integrados a seus negócios.

No ano passado, a Braskem lançou seu próprio programa de apoio ao empreendedorismo, o Braskem Labs, realizado em parceria com a Endeavor . Agora, a petroquímica se prepara para selecionar a sua segunda turma.

Para Patrick Teyssonneyre, diretor de Inovação e Tecnologia da Braskem, é preciso estar atento para não deixar oportunidades inovadoras passarem despercebidas. Nesse sentido, o Braskem Labs se propõe a ampliar o radar de inovação da empresa. “Com o programa acabamos acessando um público e projetos que estão no estágio de maturidade anterior aos projetos que conduzimos dentro do nosso fluxo normal de inovação”, explica o executivo.

Nessa edição, o programa de mentoria conta com dez vagas para projetos que se proponham a resolver necessidades sociais em áreas como agronegócio, saúde, transporte, educação, água e energia por meio do plástico ou da química. Segundo a Braskem, os projetos podem ser digitais, físicos, produtos ou serviços e precisam, necessariamente, contar com um protótipo funcional já testado. 

Com o objetivo de atender a uma urgência da sociedade, o projeto também abriu duas vagas para soluções que se proponham a combater o mosquito da dengue, zyka e chikungunya. Neste caso, os projetos não precisam apresentar relação com a química ou com o plástico.

Em entrevista, Teyssonneyre relembrou a experiência da primeira edição do programa e aconselha a próxima turma de empreendedores: “Estejam muito abertos para ouvir e receber feedback, fazer análise crítica e aplicar as mudanças o mais rápido possível em benefício do negócio”.

Patrick Teyssonneyre, diretor de Inovação e Tecnologia da Braskem. Foto: Divulgação/Braskem
Patrick Teyssonneyre, diretor de Inovação e Tecnologia da Braskem. Foto: Divulgação/Braskem

 

Brasileiros – Na primeira edição do Braskem Labs foram selecionados projetos que tinham o plástico como base de seus negócios. Neste ano, também aceitarão soluções em química. A decisão de abrir mais o chapéu de inovação tem a ver com o nível de maturidade dos projetos recebidos no ano passado?

Patrick Teyssonneyre – O Braskem Labs é uma iniciativa que evolui continuamente. No ano passado, tivemos a primeira edição do programa e definimos que buscaríamos projetos que tivessem soluções em plástico. Em função de seu sucesso, resolvemos expandir o programa, pois estamos presentes em toda a cadeia química, e não só na cadeia do plástico. Estamos dando um passo maior este ano.

Brasileiros – Muitas grandes empresas têm buscado inovações fora delas, com iniciativas para se aproximarem de startups, por exemplo. O Braskem Labs é uma forma também de filtrar o que existe em inovação externa?
Ele acaba fazendo um pouco desse papel. É importante reforçar que o modelo de inovação da Braskem é aberto, colaborativo. Muitas das nossas pesquisas conduzimos em parceria com universidades ou empresas. Já temos relação direta com startups, principalmente em projetos de biotecnologia. A partir da nossa crença e do nosso propósito de melhorar a vida das pessoas por meio de soluções sustentáveis da química e do plástico, idealizamos o Braskem Labs, visando mapear oportunidades tanto na dimensão da sustentabilidade quanto da inovação. 

Com o programa, acabamos acessando um público e projetos que estão no estágio de maturidade anterior aos projetos que conduzimos dentro do nosso fluxo normal de inovação.

Brasileiros – Qual é o perfil de projetos que buscam na edição deste ano?
O empreendedor precisa ter uma boa ideia e uma hipótese validada. São ideias mais maduras, mas o negócio não precisa estar necessariamente constituído.

Brasileiros – Nesse sentido o senhor consegue dar um norte de quais projetos têm maior chance de serem selecionados para esta edição?
É dificílimo, até com base na experiência do ano passado. Quando especificamos o plástico, veio de tudo. Desde óculos de realidade virtual até impressora 3D, soluções para saneamento, construção civil. É uma variedade muito grande, ainda mais agora que abrimos para soluções em química. Então é bem difícil prever. Em geral, o ambiente de aceleração de negócios, do ecossistema de startups, é constituído por empresas digitais, de software e aplicativos. O Braskem Labs incentiva fortemente pessoas que possuem boas ideias para soluções físicas, que geralmente são mais carentes em programas de aceleração.

Brasileiros – O que os empreendedores selecionados podem esperar do Braskem Labs neste ano?
O programa oferece muita orientação e mentorias específicas em termos de abordagem comercial, modelo de negócios, propriedade intelectual e questões legais. As mentorias são muito personalizadas de acordo com a dor que o empreendedor está vivendo naquele momento ou o gargalo que ele precisa tirar da frente para poder crescer na próxima fase. Penso que o programa ofereça orientação, provocação e conexão. Como estamos muito presentes na cadeia da química e do plástico, acabamos abrindo portas importantes para os empreendedores se posicionarem nessa cadeia. No Braskem Labs não temos como objetivo fazer investimento direto nas empresas, não temos interesse na propriedade intelectual. Mas, em alguns casos, os empreendedores estão no momento que precisam captar financiamento e podemos conectá-los a nossa rede de investidores anjos e fundos de venture capital.

Brasileiros – Algumas das empresas selecionadas no ano passado ficaram mais próximas da Braskem?
Sim. Oito delas estão bem próximas. Para uma das empresas estamos fornecendo a nossa resina de origem renovável, o Plástico Verde, enquanto para outra estamos desenvolvendo solução com a resina. Já as outras seis estão conectadas de alguma forma, contratando serviço ou oferecendo solução. Então, ainda que formalmente a primeira edição do Braskem Labs tenha terminado em outubro, o vínculo fica. Tem mentor que ainda está orientando, porque se identificou com a causa, por exemplo.  

Brasileiros – Qual conselho o senhor daria para os empreendedores que forem selecionados pelo programa?
Perguntem tudo o que quiserem e puderem. Aproveitem essa oportunidade para tirar todas as dúvidas e estar muito abertos para ouvir e receber feedback, fazer análise crítica e aplicar as mudanças o mais rápido possível em benefício do negócio.

Interessados em participar do Braskem Labs têm até o dia 15 de maio para se inscreverem através do link (http://www.braskemlabs.com/). O anúncio dos selecionados será dado em junho. 


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