Em São Paulo, Miguel Nicolelis fala sobre ciência e futuro das interfaces cérebro-máquina

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, líder do projeto internacional Andar de Novo, estará em São Paulo no dia 12 de dezembro, segunda-feira, para falar sobre os avanços do projeto que tem ajudado paraplégicos a recuperarem movimentos e a importância dos investimentos em ciência para a definição do futuro do Brasil.

Na mesma palestra, Nicolelis falará sobre a saga de construir um projeto científico de ponta na periferia de uma capital do nordeste brasileiro, iniciativa abordada no seu novo livro “Made in Macaíba” (Editora Planeta). O livro será autografado após a palestra.

Professor titular da Duke University (EUA), Nicolelis foi eleito um dos 25 cientistas mais importantes do mundo pela revista “Scientific American”, em 2004 e mais recentemente laureado com o prêmio Daniel E. Noble Award 2017, na categoria “Tecnologias Emergentes”. O neurocientista defende que investimentos na área de ciência são cruciais para a soberania do País.

“Se o país tiver que importar tudo que é vital, se tiver que ficar na mão de outros países para definir seus programas espacial, energético, eletrônico, robótico, nanotecnológico, biotecnológico será o fim do Brasil como nação soberana”, alerta Nicolelis.

Miguel Nicolelis chamou atenção do mundo por sua série de investigações em torno do cérebro. Suas pesquisas somam mais de três décadas. Ele já conseguiu comprovar, por exemplo, a transferência de atividades cerebrais entre dois roedores que estavam a milhares de quilômetros de distância um do outro e conseguiu fazer um macaco controlar uma mão virtual só com a força do pensamento.

Com o Projeto Andar de Novo, Nicolelis e um consórcio internacional de cientistas desenvolveram uma interface cérebro-máquina que visa devolver o movimento para pacientes com lesão na medula espinhal. O exoesqueleto BRA-Santos Dumont, resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento, protagonizou o chute inicial da Copa do Mundo de 2014, quando Juliano Pinto deu o pontapé na abertura do mundial na Arena Corinthians, em São Paulo.

De lá para cá, muitos avanços ocorreram, apontando acertos e desdobramentos surpreendentes. Oito pacientes paraplégicos, voluntários do projeto, conseguiram recuperar parte dos movimentos de suas pernas e a sensação do tato. Os resultados inéditos foram publicados na Scientific Reports em agosto deste ano.

Tais descobertas podem transformar os conceitos para o trabalho com pacientes com Parkinson e epilepsia. “Tenho esperança de tentar aproveitar essa tecnologia para tratar múltiplas doenças neurológicas”, afirma o cientista.

A palestra com Miguel Nicolelis contará com mediação da jornalista Eleanora de Lucena e acontece no dia 12 de dezembro, às 19h, no Instituto Sedes Sapientiae, em São Paulo, capital. A inscrição é gratuita e pode ser realizada por meio do site.


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