O sonho e delírio de Chagall

A mostra O mundo mágico de Marc Chagall – O Sonho e a Vida, organizada pela Casa Fiat de Cultura, de Belo Horizonte, nos dá pistas de como Chagall constrói seu mundo surreal, a partir de fragmentos do impossível. As 300 obras, entre pinturas, gravuras, guaches e esculturas, vindas da França, da Rússia e de coleções brasileiras, foram orquestradas e conseguidas com o esforço e o prestígio do curador Fábio Magalhães. Pelo seu olhar, o visitante passeia por fases marcantes da longa vida de Chagall, que nasceu na Rússia e morreu aos 98 anos, tendo sido testemunha de acontecimentos históricos. Sem se prender às amarras de um único suporte, Chagall se mostra vigoroso nas gravuras, como revela a série que ele fez para ilustrar As Fábulas de La Fontaine, supostamente próxima do universo infantil, mas dedicada inicialmente a adultos. Aberto a temáticas tão díspares quanto aos movimentos que o rodeavam, Chagall, judeu praticante, se esmera na execução de ilustrações para A Bíblia, outro bom momento da mostra em que ele interpreta algumas passagens do Antigo Testamento. Num voo diametralmente oposto, Fábio Magalhães foi buscar também gravuras da série Daphnis et Chloé, em que o artista trata da descoberta do amor e do sexo. Um grupo de pintores dialoga com Chagall, e o destaque fica para Ismael Nery, nosso bom surrealista. Vale a pena conferir a mostra que segue para outros estados.

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