Paralela // 2010, a contemplação do mundo

“Choro é uma obra inspirada na música de Chopin, ao ouvir uma palestra sobre o compositor. A música é feita de texturas, de camadas, de ondas de ar que não vemos. Nesse piano em ruína é a música que não escutamos que estamos vendo se espalhar no ar como água e vapor. Os encanamentos de cobre que a trazem têm algo do maquinismo e da visceralidade. Sem que eu buscasse, as teclas se contorceram, como se acusassem as transformações que se passam por dentro do mecanismo. A água sobra pelo chão, sem o que a contenha. Como resto, silêncio, rumor e música, choro.” Laura Vinci

Em sua 5a edição, a Paralela 2010, que se denominou A Contemplação do Mundo, reuniu nos galpões do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, entre os dias 22 de setembro a 28 de novembro, 82 artistas sob a curadoria de Paulo Reis.

Com a proposta de ser uma mostra complementar à Bienal de São Paulo a Paralela 2010 destacou a participação de jovens artistas ao lado de alguns dos principais nomes dos anos 1990.

A obra ao lado, Choro, de Laura Vinci, participa do módulo a Utopia do Lugar, que é descrito nas palavras do seu curador, Paulo Reis, para o catálogo da mostra, da seguinte maneira: “espaço de sonho, do devaneio, do invisível é este por excelência o espaço da arte. É nele que reside o ato da criação, ele é a zona de embate onde o artista sonha-se a si mesmo, através da comunhão que somente a arte pode promover.”

Nesse módulo estão reunidas também as obras de outros artistas como Regina Parra, Lais Myrrha, Marcia Xavier, O Grivo, Daniel Acosta, Pedro Motta. Essas também são construções utópicas a partir de realidades cotidianas.


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