Nos 70 anos de Mamão, ouça 20 registros com a cadência irresistível do baterista

O baterista Ivan Conti, o Mamão, em registro de seu arquivo pessoal feito nos anos 1970 com o trio Azymuth. Foto: Reprodução / Facebook
O baterista Ivan Conti, o Mamão, com o trio Azymuth, em registro de seu acervo pessoal feito nos anos 1970. Foto: Reprodução / Facebook

Nesta terça-feira (16), um dos maiores bateristas do País, o carioca Ivan Conti, também conhecido pelo codinome “Mamão”, completa 70 anos. Com mais de 50 anos de carreira e em plena atividade, no quesito “serviços prestados à música brasileira”, entre seus pares de ofício, Mamão talvez perca em volume de horas de palco e de estúdio somente para um velho chapa, o veterano Wilson das Neves, seu parceiro de percussão na reedição do combo Os Ipanemas (conheça a história da formação original), que completou 80 anos em 14 de junho e também continua a todo vapor.  

Ao lado do contrabaixista Alex Malheiros, outro amigo inseparável, há mais de quatro décadas Mamão acumula história na cozinha do Azymuth, trio de fama internacional conquistada em festivais de jazz e em mais de 20 álbuns lançados fora do País. Liderado por José Roberto Bertrami até a partida do músico em julho 2012, cabe hoje a Kiko Continentino comandar a usina de timbres de pianos elétricos, órgãos e sintetizadores outrora pilotada com maestria pelo saudoso pianista, compositor e arranjador paulista, nascido na musical Tatuí em 1946. Depois de realizar shows recentes com Hyldon e Marcos Valle, o Azymuth finaliza agora um novo trabalho que será lançado em breve pelo selo britânico Far Out Recordings, reduto do grupo desde 1996.  

Fechando trio com Bertrami ou dividindo apenas a cozinha com Malheiros, Mamão foi coringa de grandes artistas de nossa música, entre eles, Roberto e Erasmo Carlos, Paulinho da Viola, Edu Lobo, Clara Nunes, Maria Bethânia, Doces Bárbaros, Quarteto em Cy, Raul Seixas, Gal Costa, Toquinho e Vinicius de Moraes. Versátil, serviu também a alguns dos maiores maestros de música popular do País, entre eles Lindolfo Gaya, Maestro Cipó e Erlon Chaves, com quem teve o prazer de dividir uma série de trabalhos como integrante do super grupo Banda Veneno.

Para celebrar os 70 anos do baterista, listamos a seguir 20 canções e temas instrumentais, ordenados cronologicamente, que têm em comum a cadência irresistível de Ivan Conti. A seleção é majoritária em colaborações, mas há também trabalhos de conjuntos integrados por ele, como Apolo IV, Youngsters, Projecto III e Som Ambiente. Claro, também destacamos Manhã, um dos clássicos do primeiro álbum do Azymuth, de 1975, uma faixa do primeiro álbum solo de Mamão, The Human Factor, de 1984, e Barumba, extraída de Sujinho, álbum de 2008, feito em parceria com o super DJ e produtor Madlib e assinado com o codinome Jackson Conti (soma dos sobrenomes do baterista com o do DJ, nascido Otis Jackson Jr.). Parabéns e vida longa, Mamão!

MAIS 
Veja edição de 2012 do programa Instrumental Sesc Brasil com a participação do Azymuth em sua formação original.  
 

Apolo IV – Mil Milhas (Tema de Marcelo) – (Philips, 1969)

 

The Youngsters – Tema de Kiko (Philips, 1970)

Zé Roberto e Projecto III – Arabian Nights (Equipe, 1970)

MPB4 – Agiborê (Philips, 1972)

Som Ambiente  Águas de Março / Bala Com Bala (CID, 1972) 

Marcos Valle – Mentira (Odeon, 1973)

Erlon Chaves & Banda Veneno – Carly & Carole (Fontana, 1973)

Marcos Valle – Virabrequim (Philips, 1973)

Rita Lee – Yo No Creo, Pero (Philips, 1974)
 

Quinteto Ternura – Logo Cedo (RCA Victor, 1974)

Azymuth – Manhã (Som Livre, 1975)

Hélio Matheus – Mais Kriola (RCA Victor, 1975)

Azambuja & Cia – Ao Bililico (CID, 1975)

Hyldon  Homem Pássaro (Polydor, 1976)

Silvio Cesar – A Festa (RCA Victor, 1977)

Orlandivo – Onde Anda o Meu Amor (Copacabana, 1977)

Odair José – Que Loucura (RCA Victor, 1977)

Ângela Ro Ro – Bobagem (Polydor, 1980)

Ivan Conti – Junction (Entroncamento) – (Milestones, 1984)

The Ipanemas – Balaio (Far Out Recordings, 2001)

Jackson Conti – Barumba (Kindred Spirits, 2008)


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