Cunha vai ao STF defender redução da maioridade

Foto: Lula Marques/Fotos Públicas (01/07/2015)
Foto: Lula Marques/Fotos Públicas (01/07/2015)

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta sexta-feira (10) no Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção do resultado da votação, em primeiro turno, da proposta de emenda à Constituição que visa reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos.

A legalidade da votação é questionada na Corte em um mandado de segurança impetrado por 102 parlamentares de 14 partidos. Para a redução da maioridade realmente ser efetivada, a matéria necessita ser votada em mais um turno na Câmara, além de precisar passar por mais duas votações no Senado.

Em defesa da votação da PEC 171/93, Cunha disse que os argumentos apresentados pelos parlamentares têm a intenção de induzir o Supremo ao erro. Segundo Cunha, os parlamentares pretendem “minar o processo legislativo” e buscam que o Judiciário interfira no Congresso.

O presidente da Câmara explicou que não há ilegalidade na tramitação da matéria. Para ele, o Artigo 60 da Constituição Federal não pode ser aplicado à emendas aglutinativas, por indicar que, somente se o projeto original for rejeitado, o processo deve ser arquivado. O texto do artigo diz que a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou prejudicada não pode ser objeto de nova proposta no mesmo ano.

“Diante de todos esses fundamentos, pode-se concluir que não houve violação alguma à Constituição, por ser absolutamente legítima a votação de emenda aglutinativa ou projeto original, quando recusado substitutivo, ainda que todos tratem do tema”, argumenta Cunha.

Na madrugada do dia 1° de julho, a Câmara rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição 171, que reduzia a maioridade penal de 18 para 16 anos, com 303 votos a favor, 184 contrários e três abstenções. Menos de um dia depois, após acordo com líderes que defendem a redução, Cunha decidiu colocar em votação uma nova proposta com o mesmo teor, que foi aprovada na madrugada do dia seguinte.


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