Brasileiros: 80% da população é contra o governo, mas só 38% é anti-PT

Juliana Casagrande faz a abertura do seminário. Foto: Luiza Sigulem
Juliana Casagrande faz a abertura do seminário. Foto: Luiza Sigulem

A popularidade da presidenta Dilma Rousseff desidratou “em suas bases”, e esse deve ser a maior preocupação do governo. A avaliação é do presidente do instituto de pesquisa Data Popular, Renato Meirelles, que nesta segunda-feira (5) participou do seminário “Política Industrial para a retomada do desenvolvimento”, realizado pela Editora Brasileiros em São Paulo.

Além de Meirelles, Ana Amélia Mascarenhas Camargos, da Felsberg Advogados, e Carlos Parente, diretor da Braskem, participaram do segundo painel de debates “Os Rumos Políticos e Jurídicos”.

Segundo a falar, Meirelles expôs um quadro preocupante sobre as perspectivas do brasileiro para o futuro. O Data Popular crava em 63% os brasileiros que não enxergam ninguém em condições de ajudar o Brasil a sair da crise. Hoje o País é dividido em dois: dos 80% dos brasileiros que “odeiam o governo”, 38% são anti-PT, enquanto 44% não gostam da presidenta justamente por não implementar o que foi prometido na campanha eleitoral. “Eles acreditam em redução de desigualdade e não enxergam isso na atual gestão.”

Mas a insatisfação não se restringe ao governo: “Para 71% dos brasileiros, as empresas estão mais preocupadas com o lucro do que com o consumidor”, afirmou Meirelles.

Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, fala em seminário da Brasileiros. Foto: Luiza Sugulem
Renato Meirelles, presidente do Instituto Data Popular, fala em seminário da Brasileiros. Foto: Luiza Sugulem


Desregulamentação
Responsável pela área trabalhista da Fesberg Advogados, Ana contou a história de industrialização no Brasil a partir da década de 1940 para defender a legitimação dos acordos coletivos entre empresas e sindicatos a fim de flexibilizar as leis trabalhistas.

De acordo com a advogada, a Constituição Federal trouxe tardiamente direitos trabalhistas ao brasileiro. Ela diz que a globalização aprofundada a partir dos anos 1990 abriu o mercado nacional para produtos estrangeiros, acabando a “reserva de mercado” que existia até aquele momento. “Por isso a necessidade de uma flexibilização da lei para que haja competitividade.”

Baixe as apresentações:

Ana Amelia
Carlos Parente

 

Carlos Parente, diretor da Brasken, participa de seminário da Brasileiros. Foto: Luiza Sugulem
Carlos Parente, diretor da Brasken, participa de seminário da Brasileiros. Foto: Luiza Sugulem

Carlos Parente, diretor da Braskem, concluiu o painel expondo o cenário para a indústria petroquímica, “responsável por mais de 2 milhões de empregos, 10% do PIB industrial, 3% do PIB atual, e R$ 36 bilhões em impostos”.

Parente lembrou que há poucas razões para investir fora do Brasil quando se leva em conta as condições internas. “Por que investir no México, nos Estados Unidos? O Brasil tem matéria-prima.” Ele mesmo respondeu: “É o cenário político e jurídico inseguro […] que tributa investimento, exporta impostos e tem burocracia onerosa”.

Assista às entrevistas com os palestrantes:

Renato Meirelles:

Ana Amélia Mascarenhas Camargos:

Carlos Parente:


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