Rafaela Silva: De alvo a ídolo nas redes sociais

Rafaela Silva, a maior da história? - Foto: Roberto Castro/Brasil2016/Fotos Públicas
Rafaela Silva, a maior da história? – Foto: Roberto Castro/Brasil2016/Fotos Públicas

Foi por um azarai que a judoca Rafaela Silva derrotou a mongol Sumiya Dorjsuren, a líder do ranking mundial na categoria leve, no terceiro dia de Olimpíada. O primeiro ouro do Brasil na Olimpíada no Rio que transformou a judoca em ídolo nacional nem faz lembrar que Rafaela foi vítima da mesma torcida brasileira quatro anos antes, em Londres 2012, quando perdeu uma luta para a húngara Hedvig Karakas por aplicar um golpe irregular.


Rafaela acabou muito criticada nas redes sociais ao ponto de ser alvo de ofensas racistas. Ela não pensou duas vezes e revidou também pelas redes, causando-lhe um novo constrangimento, o de ser obrigada a pedir desculpas à Confederação Brasileira de Judô.

Pois eis que Rafaela dá a volta por cima quatro anos depois, no Brasil, em sua cidade, o Rio. Ela começou a lutar em um projeto social no bairro onde nasceu, na Cidade de Deus, chamado Instituto Reação, comandado pelo ex-judoca Flávio Canto, que tem um núcleo na academia Body Planet, de Jacarepaguá, próximo a um dos acessos da comunidade.

O ouro desta segunda-feira faz de Rafaela a maior judoca brasileira da história. É a primeira vez que um atleta nacional ganha uma medalha olímpica e também o mundial, feito realizado por ela em 2013. Enquanto Sarah Menezes, Aurélio Miguel e Rogério Sampaio têm ouros olímpicos, mas nunca venceram Mundiais, João Derly (duas vezes), Tiago Camilo, Luciano Correa e Mayra Aguiar têm o Mundial, mas não o ouro olímpico.

Atualmente com 24 anos, Rafaela ocupa o 14º lugar no ranking mundial. No braço direito ela tatuou a seguinte frase: “Só Deus sabe quanto eu sofri e o que fiz para chegar até aqui”. Seu pai é motorista e a mãe trabalha numa mercearia.

Campanha do ouro

Na estreia, Rafaela passou pela alemã Myriam Roper, com uma vitória em apenas 46 segundos. Depois eliminou a sul-coreana Jandi Kim, vice-líder do ranking, e superou nas quartas a húngara Hedvig Karakas, que a havia eliminado na Olimpíada de 2012. Por fim, na semifinal, Rafaela derrotou a romena Corina Caprioriu, medalha de prata em Londres-2012.


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