Em ato da Federação Única dos Petroleiros, em Guararema (SP), o ex-presidente Lula se disse contra a redução da maioridade penal, aprovada no primeiro turno de votação na Câmara dos Deputados. “Será que o Estado brasileiro cumpriu com as suas obrigações com os jovens de 16 e 17 anos? Falo isso sabendo que fui presidente por 8 anos e que a Dilma está há 4 anos. Fizemos mais do que todos, mas temos uma dívida histórica na área de educação e oportunidades para essa juventude. Um Estado que não cumpre com suas obrigações quer resolver o problema da violência jogando moleque na cadeia”.
O ex-presidente também defendeu a Petrobras: “Em uma empresa que fez a descoberta mais importante do século 21, deveria ter uma placa proibindo a palavra ‘crise’. O futuro da Petrobras está garantido na qualidade das pessoas que trabalham ali”.
Lula alertou contra o Projeto de Lei 131, do senador José Serra (PSDB-SP), que altera a lei da partilha, derrubando a participação mínima de 30% da Petrobras nos consórcios de exploração. “Eu sei o que foi a gente aprovar a Lei da Partilha. Eu sempre falei que esse petróleo é o nosso passaporte do futuro. A gente não pode colocar o dinheiro do pré-sal no ralo comum da economia brasileira. Fizemos um fundo social para que esse dinheiro seja do povo brasileiro, para que 75% dos royalties sejam direcionados para a educação. De repente essa gente diz que está tudo errado, quer acabar com a Petrobras, com essa partilha. Para trazer multinacionais? Enquanto a Petrobras é motivo de orgulho no mundo, como empresa que mais investe em tecnologia, eles dizem que a Petrobras não tem capacidade. Qual a empresa que tem mais capacidade que a Petrobras? A elite brasileira historicamente tem o complexo de vira-lata”.
Diferentemente do que foi decidido pela Comissão Executiva Nacional do PT na semana passada, Lula defendeu o ajuste fiscal de Dilma e lembrou que também teve de promover medida semelhante em 2003. “Eu tive que usar meu apoio político para fazer o ajuste fiscal. A coisa melhorou tanto que eu falei para o FMI: ‘O Brasil não precisa mais de você aqui. Tchau’. Eu acho que vai acontecer exatamente o mesmo. As coisas estão sendo feitas para que o governo recupere a sua capacidade de investimento”.
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