A série de vitórias da presidenta Dilma Rousseff na quinta-feira (17) foi um alívio para o governo e um contraste com as derrotas sofridas por ela em 2015. Depois de ver a tese do impeachment ganhar corpo ao longo do ano, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e articulações no Senado trouxeram as vitorias que podem lhe assegurar a conclusão do mandato.
A principal conquista do governo saiu na noite de ontem, quando o STF decidiu que o Senado Federal tem poder para barrar o impeachment aberto pela Câmara dos Deputados. O apoio de oito dos 11 ministros da Corte deu vitória à tese governamental, que ainda mantém maioia no Senado e o apoio de seu presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL).
A maioria dos magistrados também deu vitória ao governo ao derrubar a eleição da comissão especial do impeachment, formada na Câmara após articulação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tornou a votação secreta para emplacar uma chapa anti-Dilma.
Não foram as únicas conquistas da presidenta, que iniciou a semana mais forte com o enfraquecimento dos protestos pelo impeachment no domingo (13). Na Câmara, o deputado governista Leonardo Picciani (PMDB-RJ) voltou à liderança do PMDB, onde havia sido destituído em outra manobra de Cunha, que havia colocado um aliado no posto. Com ajuda do governo, Picciani apresentou à bancada um abaixo assinado contendo 36 assinaturas dos 69 integrantes do partido.
Outro a fechar com o governo foi Renan Calheiros, que vem agindo no TCU (Tribunal de Contas da União) para que se julgue as ‘pedaladas fiscais’ do presidente de seu partido e vice-presidente da República, Michel Temer, que estaria “conspirando” contra Dilma. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ele articulou no tribunal para que fosse aprovado um requerimento que determina auditoria sobre decretos assinados por Temer para abrir crédito no Orçamento sem autorização do Congresso.
Ontem sobrou até para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que viu o Ministério Público Federal denunciar 12 pessoas por pagamento de propina na Petrobras a partir de 1997, durante seu mandato. Na primeira vez que o MPF propõe denúncia envolvendo suspeita de desvio de dinheiro nesse período, quatro ex-funcionários da Petrobras foram denunciados por receber propinas que podem chegar a US$ 42 milhões (R$ 162 milhões em valores atualizados).
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