Foto: Divulgação
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Misto de romance histórico e policial, traz o detetive Mario Conde na pista de uma adolescente desaparecida em Havana e um pequeno quadro de Rembrandt. Paralelamente, há a história de um garoto judeu que se refugia em Cuba durante a Segunda Guerra Mundial.

O cubano Padura ficou conhecido no País por seu O Homem que Amava os Cachorros, que deve ser adaptado para o cinema em breve, mas teve reconhecimento internacional pela série de livros com o detetive Conde – Hereges é sua oitava e mais elogiada aventura.

“Daniel Kaminsky levaria vários anos para se habituar ao barulho esfuziante de uma cidade que se levantava sob a mais indisfarçada algaravia. Havia descoberto que ali tudo se tratava e se resolvia aos gritos (…) e os galos cantavam até a meia-noite.”

Hereges
Leonardo Padura
Tradução de Ari Roitman e Paulina Wacht
Boitempo Editorial, 512 páginas

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Ultimamente lembrado para o Nobel, com boa colocação nas casas de apostas, o norueguês Fosse, de 56 anos, é também poeta e dramaturgo premiado, considerado  “o novo Ibsen”. Sua obra já foi traduzida para mais de 40 países.

História romanceada do pintor Lars Hertevig, nascido na costa oeste da Noruega em 1830.
De família muito pobre, descobre na pintura seu talento, mas a enorme insegurança e uma série de delírios e obsessões sexuais irão impossibilitar o desenvolvimento de sua arte.

“… estou deitado na cama, em meu terno de veludo roxo, meu fino terno, e não quero encontrar Hans Gude. Não quero ouvir Hans Gude dizer que ele não gosta de meu quadro. Quero simplesmente ficar na cama. Hoje não poderei suportar Hans Gude.”

Melancolia
Jon Fosse
Tradução de Marcelo Rondinelli
Tordesilhas, 408 páginas

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José Severino, muito pobre, vem da Bahia para tentar a sorte no porto de Santos e ajudar a família. Mas conseguir um emprego não será fácil, pois ele terá de enfrentar a concorrência de outros nordestinos como ele e de imigrantes da Europa e Ásia.


Sergipano, Prata (1896-1942) formou-se em Medicina no Rio de Janeiro e, depois de clinicar em cidades de Sergipe, Minas e São Paulo, estabeleceu-se na Santa Casa de Santos, cenário de seu romance, comparado, em linhas gerais,  
à obra de Graciliano Ramos.

“José Severino, com o hábito que tinha de madrugar, abriu os olhos ainda com o escuro. Escancarou-os bem no pequeno quarto e lentamente foi acomodando a pupila até começar a enxergar. (…) O quarto, apesar de tão cedo, já estava quente. Novembro se acabava.”

Navios Iluminados
Ranulfo Prata
Com-Arte e Edusp, 312 páginas

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Obra-prima de Mann, recria o mito de Fausto numa alegoria da ascensão do Terceiro Reich. Adrian Leverkühn é um compositor genial e obsessivo, que cria uma música radicalmente nova. Mas, para tanto, abdica de sua alma e da capacidade de amar as pessoas.

Mann escreveu o romance entre 1943 e 1946, contando com os conselhos do filósofo Theodor Adorno, que também era musicólogo. Para seu personagem tomou como modelo tanto Nietzsche quanto Schoenberg, principalmente ao descrever o dodecafonismo.

“Faço questão de assegurar com toda clareza que absolutamente não tenho a intenção de colocar minha pessoa num lugar de destaque, ao escrever algumas palavras acerca de mim mesmo, (…) antes de iniciar o relato da vida do finado Adrian Leverkühn.”

Doutor Fausto
Thomas Mann
Tradução de Herbert Caro
Companhia das Letras, 624 páginas

 

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O prazer da literatura sempre foi um tema e uma prática para Llosa. Leitor apaixonado, ele tem publicados ao menos 15 livros de ensaio, nos quais trata de García Márquez a Tirant lo Blanc, passando por Ruben Dario, Juan Carlos Onetti e a própria criação literária.

Ensaio e memória se misturam para explicar a obra máxima de Flaubert: o impacto que ela teve sobre os leitores da época em que foi lançada e hoje, a estrutura, técnica e execução do romance, assim como a obsessão do autor com a palavra exata e suas ideias sobre literatura.

“… li o romance talvez seis vezes do começo ao fim e reli capítulos e episódios soltos em muitas ocasiões. Nunca tive uma desilusão, (…) ao contrário, sempre tive a sensação de descobrir aspectos secretos, detalhes inéditos, e a emoção foi idêntica.”

A Orgia Perpétua
Mario Vargas Llosa
Tradução de José Rubens Siqueira
Alfaguara, 278 páginas

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São 12 narrativas publicadas originalmente em 1613, oito anos depois do surgimento da primeira parte de Dom Quixote. Cervantes tinha 66 anos. O livro foi uma novidade à época, porque não havia registro de histórias curtas na literatura espanhola.

A edição bem cuidada, em capa dura, traz ilustrações de Vânia Mignone e vários textos de fortuna crítica, do tradutor, de Sílvia Massini Felix e Maria Augusta da Costa Vieira, ambas professoras da USP, além da reprodução no original de poemas do autor.

“Eu gostaria, se fosse possível, caríssimo leitor, de me eximir de escrever este prólogo, porque não me saí tão bem no que fiz para meu
Dom Quixote, a ponto de querer me arriscar neste. A culpa disso é de um amigo, dos muitos que conquistei no curso de minha vida.”

Novelas Exemplares
Miguel de Cervantes
Tradução de Ernani Ssó
Cosac Naify, 544 páginas

 

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Biografia de um sentimento já em si difícil de precisar, este livro único parte da poesia medieval, passa pela pintura e vai até a fotografia contemporânea, como elementos do desenho de sombras em que a saudade se perpetua.

Samuel de Jesus nasceu em Chartres, na França, em 1974. É graduado em belas artes e história da arte, e tem doutorado em estudos cinematográficos e audiovisuais pela Sorbonne e Universidade Federal do Rio de Janeiro.

“Portanto, se o termo saudade se compara a certos equivalentes como a melancolia, por vezes interpretada como o regret francês, o spleen inglês, a sehnsucht alemã ou ainda a anyorenza espanhola, é preciso constatar uma falta, e mesmo uma real incompletude.”

Saudade

Samuel de Jesus
Tradução de Fernando Scheibe
Autêntica, 368 páginas

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Autobiografia da baixista e cantora da banda Sonic Youth, uma das mais importantes do chamado rock alternativo, influência direta sobre o Nirvana e tantas outras. São 30 anos na estrada com o ex-marido Thurston Moore e Lee Ranaldo, os outros fundadores da banda.

Além de sua trajetória, que passa pela família de classe média e intelectual em Los Angeles, escola de arte e a boemia pós-punk em Nova York, onde formou o Sonic Youth, em 1981, Kim faz de seu livro um verdadeiro libelo feminista, elogiado por Amy Poehler e Sofia Coppola.

“Culturalmente, nós não permitimos que as mulheres sejam tão livres como elas gostariam, porque isso é assustador. (…) Cantoras que tentam ir além, que forçam a barra, tendem a não durar muito. Elas são efêmeras, meteóricas: Janis Joplin, Billie Holiday.”

A Garota da Banda
Kim Gordon
Tradução de Alexandre Matias e Mariana Moreira Matias
Fábrica 231, 288 páginas


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