Pipoca para todos

Criado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, em parceria com a Brazucah Produções há quase três anos, o Projeto Cine B tem o nobre objetivo de espalhar a cultura por camadas menos favorecidas da sociedade, por meio de um circuito em que são exibidos todos os tipos de produções brasileiras, tanto curtas quanto longas-metragens.
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Durante três anos de projeto, estima-se que mais de 50 filmes já tenham sido projetados, em 130 sessões para, aproximadamente, 16 mil espectadores em salões de paróquias, escolas públicas, ao ar livre, salões de festas, áreas extremas de periferias, favelas, enfim, em lugares onde, da maneira tradicional, o cinema não chegaria. A equipe do Cine B não se preocupa apenas em levar as películas para as comunidades carentes, mas também em reconstruir a atmosfera do que é o programa cultural que envolve a ida ao cinema. Para isso, um dos funcionários cativos do Cine B desde sua criação e um dos mais queridos das comunidades por onde o projeto passa é seu Antonio, pipoqueiro há 32 anos e o “tio da pipoca” oficial das projeções.

Na noite do dia 31 de maio, Seu Antonio e muitas outras pessoas fundamentais para que o projeto desse certo se reuniram no Grêmio Recreativo Café dos Bancários, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, no famoso Edifício Martinelli, no centro de São Paulo, para prestigiar, homenagear e relembrar os três anos de história do Cine B, com a entrega do Prêmio Cine B de Cinema Brasileiro.

Na plateia, muitas pessoas das comunidades que foram integrados pelo projeto marcaram presença. Thaíde, o descontraído mestre de cerimônias, deu início à noite. Originalmente rapper, ali Thaíde era mais conhecido por sua participação em Antonia, da diretora Tata Amaral.

O apresentador admitiu não ter conhecimento do projeto há muito tempo, mas que se encantou com ele no primeiro contato. “Antes de qualquer coisa, quero apontar para a importância desse projeto, que leva o cinema para tantas pessoas antes privadas por esse prazer”, disse.

Thaíde chamou em seguida Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o idealizador do projeto. Após falar sobre as dificuldades que encontrou no início, Marcolino passou o bastão para Juvandia Moreira, que irá suceder Marcolino na presidência do Sindicato e, consequentemente, no comando do Cine B. Para os temerosos sobre a continuidade do Cine B, Juvandia foi logo acalmando. “A gente vai continuar tocando esse projeto por que temos muito orgulho dele”, disse a primeira mulher a presidir o Sindicato em 87 anos de história.

Cynthia Alário, diretora da Brazucah Produções, foi a última a enaltecer a emocionante iniciativa da qual faz parte e viu crescer, trazendo alegria para tantas comunidades desprovidas. “Levar a experiência do cinema é o que mais alegra a todos. Sem o telão, as diversas cadeiras e até a pipoca da entrada, a coisa não seria a mesma”, finalizou ela.

Depois disso, começou a premiação aos melhores filmes já apresentados durante os três anos de projeto, aqueles que mais agradaram ao público, independente do ano de seu lançamento.

Entre os longas-metragens, os destaques ficaram com Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira, Um Dia de Festa, de Toni Venturi, Proibido Proibir, de Jorge Duran, Em Trânsito, de Henri Gervaiseau, Antonia, de Tata Amaral, Caminho das Nuvens, de Vicente Amorim, Boleiros, de Ugo Giorgetti, O Garoto Cósmico, de Ale Abreu e O Mundo em Duas Voltas, de David Schürmann.

Na categoria de curta-metragem, os premiados foram Onde Está a América, do diretor Pedro Dantas, Ilha das Flores, de Jorge Furtado, Interlúdio, de Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil e BMW Vermelha, de Reynaldo Pinheiro.

Após a entrega dos prêmios, para a alegria geral dos presentes, a convidada especial do evento, Rita Cadillac, foi convocada a subir ao palco para apresentar seu documentário Rita Cadillac, A Lady do Povo, que foi recentemente lançado nos cinemas.

Terminando a noite de consolidação de uma das mais belas iniciativas culturais e de integração do cinema paulistano, representantes das comunidades que abriram suas portas para o Cine B receberam certificados das mãos dos principais responsáveis pelo projeto. Que o cinema continue se espalhando por São Paulo.


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